4 de abr. de 2009

Escalada Por Mim

Escalada

Destaques no cenário da escalada

A revista Climbing, em parceria com a Black Diamond, todo ano oferece um prêmio chamado de “Golden Piton Awards” que homenageia os grandes feitos da escalada naquele ano, conheça aqui os eleitos:
ESPORTIVA
Chris Sharma ganhou novamente esta homenagem, após realizar a primeira ascensão da JUMBO LOVE (5.15b), uma via esportiva com mais de 70 metros de extensão num anfiteatro de calcário na remota Clark Mountain, na região leste da Califórnia, após 3 anos de treinamentos específicos, utilizando apenas 14 proteções ao longo da via, se arriscando em quedas gigantescas. Seu treinamento para realizá-la foram longas sessões de resistência em vias de 5.14+ e 5.15- na Espanha, alem é claro de diversas entradas na própria Jumbo Love.
A via começa com aproximadamente 20 metros de um 5.12d, seguido por um negativo muito forte de 35 metros a 45 graus, graduado em 5.14c. Após essa paulada chega-se ao crux bolderístico que dá o grau da via, seguido pelos metros finais de um “facílimo” 5.13+!
Sharma é conhecido por não graduar suas primeiras ascensões e mesmo quando o faz, dificilmente especula por graus mais difíceis. Porém, Sharma passou este último ano na Espanha, e após escalar praticamente todas as linhas mais difíceis do mundo sente-se muito bem referenciado para sugerir o grau de 5.15b, inédito até então.

TRADICIONAL – Beth Roden

Quem imaginaria que aquela menininha de 13 anos despontando nos campeonatos indoor realizaria hoje aos 28, um feito como este. A via Meltdown no parque de Yosemite na Califórnia é uma fenda de 5.14 tão estreita que mal se entala a primeira falange dos dedos.
Roden trabalhou a via por 40 dias entre setembro de 2007 e fevereiro de 2008, lutando contra terríveis tempestades de neve, uma lesão na mão e a terrível dúvida se aquilo seria possível. No entanto sua determinação e paciência do marido e segurador (belayslave) Tommy Caldwell, foram determinantes para que Roden encadenasse a via guiando e sacando as proteções, muitas delas grudadas com silvertape à cadeirinha para que fossem sacadas mais rápidas.
Muito provavelmente é a enfiada de escalada tradicional mais difícil da América do Norte e obviamente permanece sem repetições!

BIG WALL – Tomy Caldwell
Tommy Caldwell iniciou sua jornada nos boulderes e vias esportivas, mas rapidamente identificou-se com as escaladas mais comprometedoras como os Big Walls. Nestes últimos anos Caldwell já “livrou” mais de 12 das principais vias no El Capitan em Yosemite, como a famosa The Nose e Freerider.
Desta vez veio a MAGIC MUSHROOM (5.14a) considerada a via de maior dificuldade constante na parede do El Cap. Caldwell tinha realizado a primeira ascensão em livre apenas 1 mês antes da investida. Desta vez em uma só tacada, e em pouco mais de 20 horas, entre os dias 7 e 8 de junho.

SOLO – Alex Honnold
Gravem bem este nome, pois esse moleque de 23 anos acaba de estabelecer um novo patamar na escalada solo. Honnold já havia solado vias como Astroman 5.11c, Rostrum 5.11C e Moonlight Butress, uma via de 400m em Zion em apenas 83 minutos, e que definitivamente gravaram seu nome na história do montanhismo.
Desta vez seu coração de gelo e mente vagando em algum ponto distante da galáxia, o colocaram no topo da Half Dome Regular Northwest Face, graduada em 5.12a de “apenas” 23 enfiadas! No mais puro estilo: magnésio + sapatilha + IPod.

9ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha

A mostra em 2009 ocorrerá de 27 a 31 de outubro na capital carioca. As inscrições para a Mostra Competitiva da 9ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha receberá ss inscrições até o dia 31 de julho.
Podem participar da mostra competitiva curtas e médias-metragens de filmes de natureza, esportes e cultura de montanha, em qualquer formato.
A escolha dos vencedores é realizada por um júri formado por esportistas, fotógrafos e diretores previamente selecionados pela organização do festival. Além do troféu Corcovado, serão fornecidos prêmios de nossos parceiros.
Evento de especial interesse para o público, produtores, fotógrafos e artistas que pensam o cinema como diversão e arte.
A mostra de filmes de montanha é o mais importante festival do segmento no Brasil. Além de exibir filmes atuais e antigos, nacionais e estrangeiros, traz exposição fotográfica, lançamento de livros, exposição de quadros e uma oficina de cinema voltada a produção cinematográfica.

Foto a direita - Cinquentona Gallotti - Filme vencedor da Mostra Competitiva de 2004, eleito pelo júri popular. Apresenta os 50 anos da conquista da Chaminé Galloti, no Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro. Nele, há o depoimento de quatro dos cinco escaladores que participaram da expedição em 1954.

Mostra Internacional de Filmes de Montanha
Local: Cine Odeon BR / Praça Floriano, 7 / Cinelândia / Centro

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessados em http://www.filmesdemontanha.com.br.

Faça a sua escalada sempre segura

1. Sempre cheque sua cadeirinha e o encordamento antes de escalar e de seu parceiro, também. Um é responsável pela segurança do outro;
2. Prefira o nó oito, que é fácil de fazer e de conferir;
3. Tenha certeza de ambos saberem operar os freios. Escolha um freio que funcione bem na sua corda;
4. Preste muita atenção nos procedimentos de rapel. Muitos acidentes acontecem nesta simples operação. Num rapel, sempre dê um nó no final da corda , toda vez que a mesma não atingir o solo;
5. Sempre use capacete. Ele pode salvar sua vida mesmo numa queda pequena;
6. Tenha certeza se o tamanho da sua corda é suficiente para a via que você vai escalar. Inclusive se ela é suficiente para que você retorne rapelando caso haja algum imprevisto;
7. Leve sempre equipamento suficiente e algo para eventuais emergências, como cordeletes para rapelar em chapeletas ou que possam ser usados para um auto-resgate;
8. Equipamento fixo é sempre duvidoso. Jamais confie em apenas um grampo, que sabe lá quem instalou ou a quanto tempo está na montanha;
9. Bases têm que ser sempre duplas, quando fixas ou quádruplas, e móveis. Evite rotas com paradas simples;
10. Use equipamentos em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade. Cordas, fitas e cadeirinhas ficam velhas por uso ou idade. Ferragens necessitam de cuidados e manutenção;
11. A rocha quebra, teste as agarras. Tome cuidado com blocos que podem se desprender e cair no seu companheiro;
12. Verifique sempre o trajeto por onde sua corda está passando, evitando quinas afiadas que possam cortá-la numa eventual queda;
13. Lanterna, anorake, kit básico de 1°s socorros e rango extra também fazem parte do seu equipamento obrigatório;
14. Lembre-se de que nenhum equipamento sozinho é à prova de falta de atenção. Mantenha-se atento ao que está acontecendo na sua cordada e ao redor;
15. Seja uma pessoa bem informada. Equipamentos, técnicas e procedimentos mudam com o passar dos anos. Mantenha-se atualizado lendo e conversando sobre as técnicas de segurança.

São dicas que todos estão cansados de escutar, mas nunca é demais, apesar da maior parte das falhas numa escalada estar na falta de atenção.

3 de abr. de 2009

Onde escalar - Pedra do Baú

Um dos mais famosos complexos de escalada do Brasil, a Pedra do Baú está localizada em São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira. Sem dúvida, o melhor complexo de escalada do estado de São Paulo, com escaladas para todos os estilos e graduações.
Composto pelo Baú, Bauzinho e Ana Chata, na parte mais alta da cidade, com vias de escalada tradicional e artificial a famosas clássicas.
Nas proximidades ainda, para os fãs de escalada esportiva, as famosas Pedra da Divisa e Falésia dos Olhos, além das falésias de São Bento, Quilombo e Quilombinho e ainda a Vista Aérea.
A região oferece uma boa rede de pousadas e hotéis, sendo vizinha da famosa Campos do Jordão. Existem uma série de trilhas e esportes que são praticados na região, como o vôo livre, offroad, mountainbike, trekking, cavalgadas, descidas de rio, entre outras.

Reinhold Messner

O primeiro alpinista a conseguir escalar todas as catorze montanhas com mais de 8000 metros e o segundo a escalar os sete cumes mais altos dos sete continentes, Reinhold Messner (17 de setembro de 1944, Villnöss, Tirol do Sul) é italiano de língua materna alemã e considerado um dos melhores alpinistas de todos os tempos.
Messner é uma figura polêmica do cenário do montanhismo mundial. Suas declarações muitas vezes são polêmicas e as histórias que ele conta beiram o limite do fantástico e do real. Polêmicas à parte, seus feitos o tornam uma lenda viva das grandes montanhas.
Seu currículo é extenso, começando com a conquista de novas rotas e escaladas solo das mais escabrosas paredes dos Alpes, e passa por ser o primeiro homem a escalar solo, sem equipe de apoio alguma, uma montanha com mais de 8000m, o primeiro a escalar o Everest sem oxigênio suplementar e o primeiro a escalar todas montanhas com mais de 8000m.
Em suas narrativas, Messner costuma abordar diversos aspectos relacionados à escalada, sua cabeça, seus medos, a morte, experiências e sensações, momentos de loucura e demência, momentos de muita sorte e de muito azar. Messner também acaba por abordar a questão do dinheiro, das expedições, do patrocínio e da venda da própria imagem.
Este é um convite a todos para saberem um pouco mais sobre as mais altas montanhas do mundo e sobre os montanhistas. É um convite que se estende à reflexão como ser humano e sobre nosso meio de vida. Aos escaladores de rocha, entender um pouco melhor do que no fundo é o berço desse nosso esporte.

"Eu nunca pus uma chapeleta em toda a minha vida e nunca irei pôr uma proteção fixa numa rocha. Se eu não puder escalar sem uma destas proteções, eu não escalo. Nunca usei garrafas de oxigênio. Se eu não puder escalar sem oxigênio extra eu não escalo mais alto. Isso não é uma decisão difícil.
E eu nunca irei carregar um telefone celular comigo. Se eu carregar um aparelho destes, significaria destruir aquele sentimento de estar isolado e exposto que eu sempre procuro nas montanhas.
Estas são apenas as minhas regras. Agora que estou ficando mais velho eu apenas sonho em escalar montanhas menores,ou esquiar em áreas como a Antártica ou em áreas desérticas.
Eu sempre tento fazer esse tipo de coisa sem ajuda de fora. Depois de uma vida de nômade político eu irei passar pelo menos meio ano no meio da selva com apenas uma mochila - e ninguém saberá onde eu estarei indo." - Reinhold Messner

Já que estamos falando em Grandes Esportistas

Lance Armstrong, nascido em Austin, Texas, em 18 de setembro de 1971, é um ciclista norte-americano, que se tornou celebridade ao vencer um câncer e Tour de France sete vezes consecutivas (1999-2005).
O primeiro esporte de Lance foi a natação, o que o ajudou a moldar o seu carácter de lutador. Levantava-se às 4h45 todos os dias para ir treinar na piscina. Mais tarde, quando completou treze anos, descobriu o triatlo e venceu o concurso “Iron kids Triathlon”. Este foi o início de uma vida cheia de vitórias, mas também de grandes feridas.
Chris Carmichael descobriu que com a sua ajuda e o talento de Lance para o ciclismo, ele facilmente se tornaria profissional, já que amealhava taças ganhas. A sua vida deu uma volta de 180º quando, aos 21 anos, sendo um dos mais novos a competir, venceu o Campeonato do Mundo de Ciclismo em estrada.
Armstrong iniciou a sua carreira como profissional pela Motorola em 1992, na clássica San Sebastián, quando terminou em último lugar, prova que venceu em 1995.
A vitória no Campeonato do Mundo de Oslo mostrou um ciclista completo e disposto a tudo.
Um ano depois, em Verdun, venceu a sua primeira etapa do Tour de France. Em 1995 repetiu o triunfo da etapa, em França, e conseguiu a sua primeira vitória numa grande etapa no Tour, triunfo a que somou a Flecha Valona de 1996.
Durante algumas semanas, Lance tinha vindo a observar uma grande inflamação na virilha, e habituado a ignorar a dor não lhe deu importância, até que começou a vomitar sangue, a ter perdas de visão e enxaquecas.
O diagnóstico estava feito: um câncer (cancro) no testículo. Além disso os médicos descobriram-lhe, também, dois tumores, do tamanho de bolas de golfe, num pulmão e no cérebro.
Mas para uma pessoa que tinha passado toda a vida em cima de uma bicicleta, render-se à doença não era a opção a tomar. Numa entrevista Lance referiu: “Enganaste-te na pessoa ao escolheres um corpo para viver, cometeste um erro porque escolheste o meu”. Lance estava disposto a lutar contra o seu câncer.
A equipe francesa Cofidis rescindiu o contrato com Lance, tendo este que vender o seu Porsche e teve quase de fazer o mesmo com a sua casa. Estava a passar por maus momentos, mas teve forças para seguir em frente.
Aos 25 anos, numa conferência de imprensa, Lance declarou que sofria da grave doença. Um ano mais tarde, embora os médicos lhe dissessem que a probabilidade de viver fosse apenas de 40%, Lance não desistiu, e anunciou que iria regressar.
A Janeiro de 1997, um mês depois de ter acabado a quimioterapia, Lance conheceu Kristin Richard, que foi sua esposa durante 5 anos. Com ela teve três filhos, o mais velho Luke, e os gémeos Grace (“Gee”) e Isabelle (“Izzi”), sendo que os gémeos foram fecundados através de sémen congelado de Lance. Após o divórcio, o ciclista iniciou uma relação com a cantora Sheryl Crow.
Lance fundou a “Fundação Lance Amstrong” para a luta contra o câncer, e relatou, em vários livros, a sua própria história, para demonstrar que se pode superar tudo desde que se tenha energia para tal. O seu primeiro livro “It’s not about the bike”, vendeu milhares de exemplares, êxito que foi repetido com a sua biografia “Vontade de Vencer – A Minha Corrida contra o câncer.
Em 1998 a equipa U. S. Postal Service fechou um contrato com Lance, que voltava assim a pedalar. A sua primeira corrida foi a Rota do Sol, em Espanha, ficando Lance em 14º lugar.
Duas semanas depois participou na etapa Paris - Nice. Sem grandes resultados. A temporada não foi de todo suficiente, chegando Lance a pensar numa possível renúncia.
Em vez de fazer isso decidiu concorrer numa das provas mais importantes de todo o mundo. Em 1999 venceu o Tour de France, sagrando-se campeão na classificação geral individual. A este triunfo somaram-se mais seis vitórias no Tour, recorde absoluto. Após sua última vitória, em 2005, Lance anunciou a sua retirada.
No dia 5 de Novembro de 2006, Lance Armstrong participou da Maratona de Nova York, completando o percurso em 2h59min36s, tempo que ficou dentro da meta de 3 horas que ele mesmo havia estabelecido. Na preparação contou com a ajuda de sua ex-esposa Kristin Richards e seu eterno treinador, Chris Carmichael, para justificar a inesperada participação na prova, que serviu também para levantar fundos à sua instituição contra o câncer, Lance disse: "Serei sempre um corredor".
No final de 2008, aos 37 anos, decidiu voltar ao ciclismo, correndo pela Astana. Em 2009, Armstrong disputa pela primeira vez o Giro d'Italia, naquela que será a 100ª edição da volta italiana, além de marcar presença novamente no Tour de France.

Escalada: Roberta Nunes

No dia 18 de julho de 2006, um acidente de carro em Yosemite, nos Estados Unidos, levou uma das melhores escaladoras do Brasil. Roberta Nunes.Ex-modelo fotográfico e bailarina clássica, a curitibana de belíssimos olhos azuis
se encantou com a escalada ao conhecer o Morro do Anhangava, um dos lugares mais freqüentados pelos escaladores de Curitiba. Maravilhada ao ver as pessoas escalando em uma perfeita sintonia entre o controle mental e a força física. Iniciou sua história no montanhismo brasileiro, em 93.
Com um talento para escalada que poucas pessoas possuem, Roberta começou na escalada esportiva e logo já ganhou destaque, mas ela não parou por aí. Em 1993 mesmo, ela já viajou para vários parques nacionais argentinos e chilenos, daí talvez sua paixão por aventura e expedição. Com o tempo foi só juntar a técnica com as viagens para as grandes escaladas em montanhas remotas começarem a sair.
Em 1996 e 97 Roberta participou do COSMO, o Corpo de Socorro em Montanha, localizado no Marumbi, formado pelos melhores e mais experientes escaladores, lidando com resgates e treinamento.
Assim, em 1998, ela escalou a "Decadance avec Elegance" localizada em Salinas - RJ, (V+, A0-7C, E2 em 850 metros) num tempo de apenas 4 horas, junto a Rosane Nicolau. No mesmo ano ela percorreu os principais pontos de escalada na Argentina e Chile num período de dois meses, foram eles: Los Gigantes, La Ola, Arenales, LosMogotes,Cerro Catedral, Cerro Bonete. E ainda fez um curso de escalada em Gelo com Sebastián de La Cruz no Cerro Tronador na Patagônia Argentina.
Em 1999 ela foi para El Chaltén escalar as torres de granitos mais famosas do mundo, realizou uma tentativa na agulha Mermoz(2.754m) por nova rota cara leste, junto a Ale Garcia,Sebastián Bortolin e Andres Zeggers. Realizou uma cordada feminina na agulha Guillaumet (2.593m) junto com a suíça Barbara Regli. Ficando a poucos metros do cume principal, pela rota Couluir Amy, face leste.
A Patagônia ficou marcada na vida de Roberta Nunes e um ano depois ela retorna a El Chatén com o seu projeto "Patagônia 2000". Lá, ela escala a agulha Inominata (2.500m), pela rota angloamericana, com graduação (V+, 6C, A1), junto com o argentino Fefi. Realiza a primeira ascensão feminina brasileira da agulha Media Luna (1.923m) pela rota de Salvaterra, junto a Sebastian Bortolin com graduação (V+, 6C+, A2+). Ela escalou também o Cerro Solo (2.223m) pela rota normal finalizando com a tentativa da inóspita montanha San Lorenzo (3.720) pela rota Agostini, por terreno gelado, ficando a apenas duas horas do cume.
Em maio do mesmo ano ela percorreu por seis meses os principais pontos de escalada dos Estados Unidos, realizando um trabalho fotográfico e a repetindo centenas de rotas. Ela visitou diversos lugares famosos pela escalada: Zion, Indian Creeck, Turkkey Rock, Vaidawo, Ships Nose, Eldorado Cannyon, Vail, Butter Milks, Yosemite Valey, Tuolome Meadows, Rocky Mountains, The Book, Lampy Redge, Boulder Cannyon, Salt Lake, etc. Obteve destaque quando repetiu a rota Regular Route de dificuldade (5.10C, A2 ou 5.12B) na montanha Half Dome do Yosemite National Park,Califórnia, num tempo de apenas sete horas os 850 metros de verticalidade junto ao renomado escalador venezuelano Jose Pereyra. Também nesta viagem escalou difíceis cascatas em gelo em Vail e Aspen.
Em 2001 ela retorna a Bariloche, Argentina, para realizar um trabalho fotográfico junto a outro escalador Marcos Piffer para a importante marca italiana VIBRAM. Em abril, realiza a repetição de uma difícil big wall na Serra dos Orgãos no Rio de Janeiro, no pico do Garrafão pela rota Crazy Muzungus (VI, A2+, em 700m negativos) junto a Marius Bagnati, envolvendo três dias de empreitada.
Em agosto retorna aos Estados Unidos para escalar e preparar-se para seu novo projeto. Em um período de dois meses no Yosemite National Park, Califórnia repete inúmeras rotas em diferentes picos, destacando o El Captán, Sentinel Rock, Royal Arches, Rostrum, North Dome, Catedral Peak, Leanning Tower, atingindo uma dificuldade máxima de 5.12a na graduação americana, se tornando neste mesmo ano, a primeira mulher a atravessar uma hight line (corda-bamba) de 10 metros de comprimento a 300 m do chão no pico Rostrum. Roberta gostava bastante de praticar slack line e tinha uma técnica e facilidade digna de um artista circense.
Em Janeiro de 2002 Roberta retorna à Patagônia para realizar um de seus maiores sonhos, escalar o Fitz Roy (3.341 metros) sendo a primeira mulher brasileira a tentar esta séria e comprometida escalada. Junto ao escalador venezuelano, José Pereyra, repete a rota Afanassief na cara nordeste, sendo a primeira repetição em vinte anos, com uma dificuldade (V+, 7B, A2+ em 1.300 metros de desnível vertical) envolvendo aproximação por gelo e misto atingindo o topo da torre Nordeste ficando a 300 metros do cume, completando 1.350 metros escalados em trinta horas sem parada (ida e volta) até ao campo base.
Repetiu cinco dias depois na mesma montanha, Fitz Roy, a clássica rota Franco Argentina (VI, 7B, A2+), onde ela e Jose tiveram a oportunidade de abrir uma variante de 500 metros por rocha e pouco gelo, seguindo depois os 700 metros de rota tradicional ficando apenas a vinte minutos de caminhada do cume principal, devido a uma grande tempestade de neve. Eles repetiram também a agulha Saint Exupery (2.548 metros) pela difícil rota Chiaro Di Luna (V+, 7C) em 850 metros de verticalidade num tempo de apenas nove horas.
Em 2003, Roberta recebeu uma proposta para experimentar as montanhas de altitude. Ela viajou para Mendoza na Argentina, onde fez uma aclimatação com a escalada da face frontal do Vallecitos (5.500m), uma escalada que foi muito comentada por lá. Depois, ela escalou o Aconcágua (6.962m) pela rota normal até ao cume, no dia 7 de janeiro sem problemas de aclimatação.
Em junho deste ano, ela foi para Espanha encontrar-se a convite da arogonesa Cecilia Buil para realizar o projeto de abrir uma nova via de escalada no maior acantilado do mundo, o Thumbnail, na Groenlândia. Foram quarenta dias de treinamento em escalada e kaiaque na região dos pirineos, pois aproximação para a parede seria feita por kaiaques marinhos, 80 km.
Ao todo foram três meses para execução total do projeto. Roberta e Cecília abriram a rota Hidrofilia (VI, 1620m,7A,A2+, graduação francesa), no Maujit Gorgassasia, sendo a primeira ascenção humana deste cume e a maior rota aberta por mulheres na história do alpinismo mundial. O estilo utilizado foi o tradicional sem proteções fixas. A travessia foi outro fator extremo nesta aventura, percorreram os 80 km em três dias, atravessando a encostas e partes em mar aberto, talvez a maior aventura da vida de Roberta.
Em Janeiro de 2004, ela escala na região da cordilheira Chilena de Cochamó, junto a Karina Filgueiras, Dálio Zippin Neto e Maurício "Tonto" Clauzet, uma região quase selvagem com paredes que oscilam de 500 a 1000 metros de altura. Permaneceram vinte dias na região escalando na Pedra do Gorila e Trinidad Médio. Junto com Karina, realizou a primeira cordada feminina da região.
Em 2005 ela retornou pela quarta vez à Yosemite, desta vez para realizar uma rota de Grade VI (que necessitam de 3 a 5 dias para completá-la). Roberta, junto com Sean, entraram na Lurking Fear no El Capitán onde pegaram uma tempestade a 600 metros do chão. Mesmo com os contratempos, ela escalou a montanha em 15 horas e se tornou a primeira mulher sul-americana a escalar aquela parede de granito em menos de 24 horas.
Com esta grande experiência, Roberta resolveu voltar à Patagônia no ano seguinte para realizar uma primeira ascensão totalmente brasileira no Fitz Roy. Primeiro ela esteve no Frey em Bariloche, onde fez uma aclimatação escalando a Torre Principal pela via variante da Clemenzo, um 6b francês. Esta escalada virou um filme de Mauricio "Tonto" Clauzet que recentemente foi indicado no Festival de Filmes de Montanha de Squamish no Canadá.
Em Chaltén o planejamento não ocorreu como o previsto. O mal tempo deixou a montanha em más condições e o ataque ao Fitz Roy não foi bem sucedido. Com mais um ataque frustrado, Roberta e Sean resolvem escalar de uma só vez os picos Guillaumet (2.593m) e Mermoz (2.754m), que ficam no campo base de Piedra del Fraile. O desafio era atrativo, pois até então somente um casal norte-americano tinha conseguido o feito.
Assim, às 5 horas da manhã do dia 26, a dupla inicia a subida do Guillaumet para alcançar seu topo 3 horas depois. Entre a descida e o trajeto por três picos menores, foram mais cinco horas até a base do Mermoz, que foi vencido numa escalada de 2 horas somente. O retorno ao campo avançado de Piedras Negras se dá à noite e sob nevasca intensa. Com experiência de temporadas anteriores, eles enfrentam o frio, a escuridão e os perigos da montanha, e só vêem as covas às 10 horas da manhã seguinte. Roberta perdeu quatro quilos e foram necessários dois litros de isotônico para hidratá-la e repor os sais minerais. Já no campo base, os dois passam três dias descansando nas barracas.
De volta à El Chaltén, é hora de contabilizar os feitos da Expedição Patagônia. Roberta acabara de vencer o Guillaumet e o Mermoz numa escalada dupla. Resultados que foram comemorados com outros 40 alpinistas do mundo todo durante uma festa no acampamento. Depois de alguns dias para recolher os equipamentos nos campos base, a equipe inicia o retorno ao Brasil no dia 05 de março.
Esta foi a última viagem à Patagônia de Roberta Nunes, o lugar que ela mais gostava. Certa vez ela disse: "A Patagônia é mágica: para arriscar a vida tem que ser algo que te tira do lugar comum. É a oportunidade de viver uma fábula".
A morte da Roberta Nunes foi um grande golpe ao montanhismo brasileiro. Todos foram pegos de surpresa, foi uma perda irreparável!

Quem ainda não ouviu falar em Dan Osman

Dan Osman foi um montanhista que inspirou quem sabe, uma geração através do Master of Stone, que levou ao extremo o conceito adrenalina. Seu nome ficou conhecido depois da seqüência de filmes produzidos por Dean Potter, mas é no filme "Masters of Stone 5" que se consagra mundialmente e finaliza sua carreira. Apaixonado por adrenalina, suas escaladas e atitudes estavam muito longe de ser uma pessoa normal, capaz de subir um paredão vertical em speed free-solo em apenas 4 minutos e 25 segundos, enquanto escaladores normais levam mais de 4 horas para fazer o percurso.
Nos filmes que lotam a internet pode-se ver Dan ousando em grandes escaladas sem equipamento de proteção, saltando entre fendas e agarras impossíveis em botes que colocariam qualquer escalador em sérios apuros mesmo com todo equipamento disponível.
Dan foi o criador do "pêndulo" mais perigoso do mundo da escalada o "Rope Freefalling", este levava Dan a realizar saltos de grandes desfiladeiros seguro apenas por corda dinâmica, no efeito pêndulo, termo conhecido entre os escaladores, que significa o movimento lateral que acontece quando o escalador cai e não está alinhado com as ancoragens abaixo dele. A partir daí, Dan começou a fazer pêndulos cada vez maiores, em pontes e em formações rochosas nos Estados Unidos. Fazia pêndulos de 50, 100, 200 metros.

Algumas pessoas desaprovavam as experiências de Osman, mas outros acompanhavam seu trabalho e estavam ansiosos para experimentar a nova experiência do salto livre com corda dinâmica. Dan realizou mais de 2000 saltos em nove anos para aperfeiçoar sua técnica.
Em meados de 1998, Dan resolveu quebrar o recorde, que já era dele, e fazer um salto de 342 metros, no parque Yosemite, nos EUA. Foram quatro dias preparando o salto, que foi feito com sucesso em 22 de novembro. Um amigo de Dan, o pára-quedista e escalador Miles Daisher também saltou e tudo Ok. Não satisfeito Dan resolveu dar um pouco mais de corda, e saltar de 365 metros. Já era quase noite quando ele resolver forçar o salto. Miles ainda tentou frear o amigo mas Dan estava decidido a saltar, mesmo sabendo que era muita corda, e que ele podia bater no topo da floresta, pinheiros com mais de 45 metros de altura, já que ele passaria abaixo da copa das árvores, ele precisaria de luz para desviar sua rota por entre as arvores.
Dan Osman morreu aos 35 anos no Parque Nacional de Yosemite nos EUA, durante o salto. A corda que sustentava o escalador se rompeu e Dan Osman foi projetado sobre as arvores e depois ao solo, o impacto com ambos veio a matar o escalador. Dan deixou a esposa Nikki Warren e a filha Ema.
Para muitos a causa morte foi o excesso de confiança de Dan no seu sistema de segurança, o tempo de exposição da corda ao tempo e a mesma sendo forçada a seu limite levou o escalador a morte.