6 de jun. de 2009

Escalando em Yosemite


Escalar no Yosemite está para os escaladores, como o Ironman do Hawaii para os triatletas. Para os brasileiros não é diferente. Boa parte dos escaladores de rocha brasileiros sonha algum dia escalar em Yosemite, o famoso parque nacional americano, aquele paraíso que você, com certeza já ouviu falar e vale uma viagem até a Califórnia.
Yosemite é a meca da escalada em rocha, e tem milhares de vias em todos os estilos, incluindo muitas vias clássicas de escalada livre e as big walls mais famosas do mundo. Paredes de rocha com mais de 1000 metros de altura, como a face frontal do El Captain, Half Dome, entre vales incríveis e dezenas de cachoeiras, lagos, trilhas e atrações.
O parque tem duas áreas principais de escalada: Yosemite Valley e Tuolumne Meadows. Em Yosemite Valley, a temporada de escalada vai de Maio a Novembro. Em Tuolumne Meadows, de Junho a Outubro. Julho e Agosto são meses em que o parque fica lotado por causa das férias escolares. Na Primavera, as cachoeiras funcionam a plena potência, alimentadas pelo derretimento da neve. No Outono, várias delas secam. Em Novembro, começa a nevar no parque (o nome Sierra Nevada não foi dado por acaso). Durante o Inverno, a Tioga Road fica interditada e as trilhas só podem ser percorridas com esquis de travessia. Em geral, a previsão do tempo fica afixada nas guarderias e entradas de acampamentos, o que facilita o planejamento das escaladas.
O esquema mais comum é ir de avião até San Francisco e, lá, alugar um carro para ir a Yosemite (umas 5 horas de viagem). Em 1996, gastamos, cada um, US$ 950 com a passagem aérea de São Paulo a Los Angeles (até San Francisco é um pouco mais caro). O aluguel do carro, um Ford Escort, ficou em US$ 750 por quatro semanas, incluindo seguro e impostos (esse valor pode ser dividido em várias pessoas).
Compre um guia rodoviário Rand McNeally, à venda em farmácias, supermercados, livrarias e lojas de equipamento. Vai ser muito útil para achar o caminho nas estradas. Há dois postos de gasolina dentro do parque, um na Tioga Road, perto de Crane Flat, e outro em Yosemite Village. Para saber o preço da entrada no parque (parece que aumentou desde que estivemos lá), consute o site Yosemite Park Information.
As opções de hospedagem em Yosemite vão desde simples cabanas de lona, em Curry Village, até um hotel bastante luxuoso, o Ahwahnee. No entanto, todos esses lugares exigem reserva com muita antecedência. A maioria dos escaladores prefere mesmo acampar no parque. É proibido acampar fora das áreas oficiais de acampamento, que ficam lotadas no verão. As reservas devem ser feitas com antecedência, por meio da empresa Destinet. Paga-se uns US$ 10 - US$ 15 por dia, por área (para até 6 pessoas em duas barracas). Os acampamentos são ótimos - confortáveis, limpos e agradáveis. O único que não aceita reservas é o Sunnyside (Campo 4, para os íntimos). Nele, quem chegar primeiro (de manhã, bem cedo) pega o lugar. Lá, cobra-se por pessoa (US$ 3), e não por área.
O Campo 4 foge um pouco ao padrão dos demais acampamentos. Ele é menos arborizado, mais cheio de gente e, lá, não se pode entrar com o carro. Em compensação, quase todo mundo que acampa lá é montanhista e, é o lugar certo para ficar se você estiver sozinho, em busca de companhia para escalar. Quando estive no parque, não havia lugar em Yosemite Valley. Há um limite de permanência de, no máximo, uma semana em cada acampamento. Os acampamentos de Yosemite Valley permanecem abertos durante todo o ano, mas aqueles localizados em altitudes maiores só funcionam no verão. Em Tuolumne Meadows, quase tudo fecha em Setembro ou, no máximo, no início de Outubro. Portanto, se você pretende escalar lá, planeje com cuidado as datas.
Se você planeja fazer alguma caminhada ou escalada com mais de um dia de duração, vai precisar de uma licença para acampamento selvagem (wilderness permit), que pode ser conseguida no próprio parque ou reservada com antecedência. Para obter mais informações sobre os acampamentos e permits, visite o site do National Park Service.
Em qualquer lugar da Sierra Nevada, tenha muito cuidado com os ursos. Para saber mais sobre isso, leia Encontro com Zé Colméia.
Se você pretende ficar bastante tempo acampado, vale a pena ter alguns luxos como um lampião a benzina, uma barraca espaçosa e um colchonete bem confortável. Aliás, a benzina nos Estados Unidos é baratíssima e pode ser comprada em qualquer loja de material para camping ou nos mercadinhos dos parques.
A comida pode ser comprada em supermercados, em alguma cidade, antes de entrar no parque. Lá dentro, há alguns mercadinhos, mas os preços são mais altos e não há muita variedade. Em lojas de material de montanhismo, é possível encontrar excelente comida de expedição, leve e muito saborosa. Quando você estiver com preguiça de cozinhar, pode recorrer aos vários restaurantes e lanchonetes que existem no parque.
Leve material adequado ao tipo de via que você pretende escalar.
Se você estiver escalando numa única cordada de dois, é melhor usar segurança com corda dupla (duas cordas de 50 m de comprimento por 8,5 ou 9 mm de diâmetro), já que praticamente todos os rapéis em Yosemite exigem duas cordas.
Para as escaladas em bigwall, a lista de equipamento varia muito dependendo da via.

5 de jun. de 2009

Já que o assunto é escalada

Achei este texto interessante e estou repassando:

ESTILOS E GRADUAÇÃO DE VIAS ESPORTIVAS
Vale a pena lembrar que a evolução tecnológica dos equipamentos de segurança e nível técnico dos escaladores estão proporcionando um estilo de escalada que leva os praticantes a ousar um pouco mais em determinadas áreas ou vias. Esse tipo de escalada com maior grau de exposição é considerado para uns como esportivo tradicional, eu considero como evolução. Uma vez que com menos proteções fixas à rocha temos menor impacto ambiental e uma atividade com menor número de despreparados e consequentemente com menores índices de acidentes (a maioria dos acidentes em escalada em rocha é causado por erros banais e escaladores despreparados técnica e fisicamente, quase sempre iniciantes). As vias de escalada esportiva devem ser seguras o suficiente para o atleta se preocupar apenas com a escalada, a progressão na rocha, mas utilizando sempre as regras de segurança inerentes a qualquer tipo de escalada. Assim o escalador pode ousar mais chegando ao seu limite. Porém como a segurança é subjetiva, uma pessoa pode não se sentir segura até mesmo na via de escalada mais segura que houver e, portanto não ousar um movimento acima. O padrão de segurança deve ser individual e com isso o esporte terá vários estilos de vias e atletas. Vias seguras para escaladores com bom senso. Com tantas opções de vias nos campos escolas, atualmente não faltarão vias extremamente bem protegidas para "você" escalar. Desenvolva seu lado psicológico, físico ou técnico e evolua. Escalada esportiva é um esporte seguro, porém para aqueles que não conhecem seus limites, tudo muda e um detalhe como, por exemplo, desmontar uma via sem atenção pode ser fatal.

- On sight: via encadenada sem nunca antes ter sido escalada pelo escalador e este não obteve nenhum tipo de informação sobre a mesma.
- Flash on sight: via encadenada sem nunca antes ter escalado-a, mas já ter obtido informações suficientes sobre a via a ponto de facilitar a escalada, como ver um outro escalador escalando a via, ou ter obtido informações através de comentários, vídeos ou fotografias dando detalhes sobre as dificuldades da via.
- Red point: encadenada depois de algumas tentativas, mas sem costuras ou peças na parede.
- Pink point: encadenada depois de algumas tentativas, mas com as costuras ou peças já instaladas na parede.

- Free point: via em top rope o mesmo que com corda de cima.

Para graduar a via, segue-se uma regra hierárquica de cadenas (movimentos em cadência). Se um escalador mandou uma via à vista, a graduação sugerida por ele tem maior peso que a sugestão de um escalador que mandou em redpoint.
Um exemplo: Um escalador escalou e encadenou uma via à vista e sugeriu 9a como graduação. A mesma foi realizada de redpoint por outro escalador que a graduou em 8c (portanto mais fácil) Porém, por ter decorado a via tendo feito diversas tentativas, é considerado a sugestão do escalador que a fez à vista. Ou seja, fica valendo a graduação 9a.
Outro ponto é se foi à vista ou não. Um exemplo é do Japonês Yugi Hirayama. Ano passado mandou a White Zombie, 8c francês, em tese, à vista. Foi considerado o primeiro 8c francês encadenado à vista no mundo. Até que vazou a história de que ele já tinha dado segurança a um outro escalador naquela via. Hoje em dia 8c é o máximo grau encadenado à vista. Apesar de muitos já terem conseguido esse feito. Tomás Mrázek da República Checa é considerado o pioneiro nessa proeza. E o Japonês Yugi Hirayama terá que encadenar outro 8c francês à vista para se considerar parte desse seleto grupo de escaladores.

Bom, se 8c é o máximo à vista, como graduar 9a, 9a+, 9b e 9b+? Até onde sei a proposta mais dura hoje em dia é a Chilam Balam 9b+ francês. O único a encadená-la foi Bernabé Fernández, que também a equipou (fixou as proteções na rocha). Ninguém mais conseguiu escalá-la dessa forma. Na verdade acho que ninguém mais ousou tentar.
Como ele propõe essa graduação sem nem mesmo existir o confirmado o 9b?
Atualmente a maior dificuldade é 9a+ consolidado com diversas vias sendo a Realization (ou Biographie, se preferirem), através de Chris Sharma, a mais famosa. Esse assunto é bastante controverso. Já aconteceu diversas vezes no mundo da escalada. Exemplo um pouco mais remoto foi Fred
Rouhling ao propor Akira 9b francês. Muitos o desmentiram, outros o criticaram. Há quem diga que agarras foram quebradas para gerar a graduação, mas a Climbing Magazine colocou a mão no fogo pelo francês, confirmando que ele era capaz de escalar tal proposta. O próprio Wolfgang Gullich ao propor Action Direct, 9a gerou controversa. E ele sozinho sobrepujou sua geração por três vezes. E até que alguém mande à vista, vale sim a graduação de quem mandou em redpoint.
Até mesmo o redpoint vem sendo objeto de discussões. Muita gente esqueceu do pink point, e vem considerando o pink e o red a mesma coisa. E com certeza trata-se de estilos distintos.

A graduação é algo difícil. Depende de diversos fatores. O mais importante talvez seja o esforço que o escalador precisou para mandar a via. Algo completamente subjetivo. Essa é a razão de escaladores de calcário tentarem elevar a graduação de vias em granito e vice-versa. Estilos diferentes exigem diferentes condições técnicas e, portanto, diferentes esforços. Escaladores esportivos que praticam em diferentes tipos de rocha têm maiores chances de encadenar vias a vista em rocha ou até mesmo aproveitarem melhor as condiçoes de vias em campeonatos, por exemplo.
O que vale afinal é o consenso. Contudo pra atingi-lo leva-se tempo. Tempo para que mais de um escalador encadene a via, seja à vista ou trabalhada. Uma das propostas é exatamente essa, cada escalador colocar sua opinião sobre a graduação da via e todos terem acesso às sugestões, assim é possível discutir e chegar a um acordo.

Publicado em 23 de Março de 2007 no BlogUAI Paredes de Minas.

Sistema de Graduação

Na escalada, se usamos expressões do tipo, "fácil", "moderada" ou "difícil", ficaria um tanto vaga, um tanto imprecisa. Para que haja um parâmetro e evolução do próprio esporte, como classificaríamos uma escalada que não é nem moderada, nem difícil? Para ter maior precisão cada via passou a receber um grau, que é dado por comparação com outras vias. Assim foram criados os sistemas. Os mais conhecidos são o francês e o americano.

O sistema brasileiro é constituído, em geral, por três partes, ou seja, para classificarmos uma escalada usamos três codificações, como por exemplo: 5° VIsup A1.

A primeira é o grau geral da via, que está presente na maior parte da escalada e leva em conta também o tamanho da via, a distância entre os grampos e outros fatores. Vai do 3° grau (fácil) até o 12° grau (extremamente difícil). Neste exemplo citado, temos uma via de quinto grau.

A segunda parte define o grau do lance chave da via, também conhecido como "crux". Pode aparecer também a abreviação 'sup' (de superior) ou uma letra. Até o sexto grau é utilizado um 'sup' para definir que este lance tem uma dificuldade superior ao grau citado porém ainda inferior ao seguinte. A partir do sétimo, para aumentar a precisão, são utilizadas as letras minúsculas 'a', 'b' e 'c'. No exemplo a via é de quinto grau com lance de sexto sup.

A terceira parte expressa a dificuldade de passagens artificiais da via, que só aparecerão se existirem; grau que varia de A0 até A5 e leva em consideração as proteções, o tipo de rocha, a inclinação da parede e, principalmente, o potencial de queda. Essa classificação é utilizada em todo o Brasil, porém se voce for escalar em outros países, existe uma tabela de equivalência, conforme segue:

A graduação de via é normalmente dada por escaladores experientes, que fecham a via "on-sight", ou seja, guiando em livre, sem conhecimento prévio da via, para que possam dar um parâmetro em comparação com outras vias, já escaladas de graduação semelhante. Além disso, deve-se levar em consideração o estilo de escalada, técnica, rocha, entre outros. Existem vias que podem sofrer alteração de graduação, com perda de algumas agarras que se soltam, podendo subir, ou abaixar seu grau.
Uma das vantagens do sistema brasileiro é a menção do grau geral e do crux da via em separado, ao contrário do que acontece em sistemas como o americano e o francês, que tomam como grau de uma escalada apenas o grau do seu lance mais difícil.
O sistema aqui proposto procura manter esta e outras qualidades deste sistema e ao mesmo tempo acrescentar algumas inovações que o tornem mais atual e eficiente.
Para medir o grau de exposição utilizamos a letra "E", que vai de E1 a E5, que mede o grau de proteção da via; uma via E1 é bem protegida, a exemplo de vias na falésia do anhangava e E5, vias altamente perigosas, como algumas em Salinas - RJ. O fator de exposição é opcional no grau da via, pode-se colocar como omitir. Normalmente, em passadas fáceis, diminui-se as proteções, que se concentram em lances chaves.
Outro grau medido é o de duração da escalada, representado pela letra "D", de 1 a 7, sendo D1, vias de poucas horas a 7, que abrangem expedições dom vários dias de escalada.
Por padrão, utiliza-se em vias de falésias ou esportivas curtas, somente o grau geral da via, e nos boulders, a classificação é feita pela letra "V", sendo o V0 (V-zero) o boulder mais fácil, equivalendo a um sexto sup e V-15 o mais difícil.
Os clubes e escaladores tentam ao máximo uma padronização desta modalidade de graduação, que em termos técnicos, atende as necessidades dos escaladores.

1 de jun. de 2009

Glicemia

A glicemia (do grego γλεῦκος, mosto, por extensão doce) é a concentração de glicose no sangue ou mais precisamente no plasma.
Nosso corpo transforma alguns dos carboidratos que comemos em glicose e a glicemia é o nível de glicose presente em nosso sangue. Ou seja, quando comemos muito, nossa glicemia aumenta, ao passo que quando comemos pouco, a mantemos baixa.
Mede-se a glicemia através da confirmação dos sinais e sintomas clássicos da glicemia em jejum (exame de sangue onde são verificadas as taxas de glicose no sangue) e do teste padronizado de tolerância à glicose (TTG). (Wikipedia)
Para provas de endurance como a corrida de aventura, o teste glicêmico é um dos importantes testes a serem feitos, que se traduz de maneira muito importante, pois o nível refletirá em resultados de performance.
Um protocolo foi montado para realizar este teste pelo OUTDOOR PERFORMANCE, sistema de treinamento do Clube de Aventura, para avaliar os atletas. O recordatório alimentar começou 24 horas antes do treino físico, na sexta feira, as 16:00. Neste mesmo dia foi feito a avaliação de percentual de massa corporal.A Avaliação dos índices iniciou as 17:00 do sábado e durou 12 horas, com retirada de amostra sanguínea a cada 30 minutos, sendo administrada, após 1 hora, a primeira suplementação, nas primeiras 5 horas, o teste, que procurou se manter fiel as corridas em termos de logistica e organização, foram percorridos cerca de 22km de trekking, e nas horas restantes, 56km de mtb.
Com estes resultados em mãos é possível melhorar performance e avaliar a alimentação nas provas.