20 de ago. de 2009

BR 135

A organização da Brazil 135 Ultramarathon iniciou o processo de seleção e inscrição para a edição 2010. A prova acontecerá entre os dias 23 e 25 de janeiro e como sempre terá como percurso o trecho mais difícil do Caminho da Fé, no sul de Minas Gerais, junto à Serra da Mantiqueira.
A BR 135 Ultra faz parte da Copa do Mundo de Corridas de 135 Milhas - "BAD135 World Cup" - uma iniciativa da empresa americana AdventureCorps, promotora da corrida Badwater 135 no Deserto do Vale da Morte na Califórnia - EUA. A Copa do Mundo é formada pelas provas:
Badwater Ultramarathon - Corrida no Deserto
Arrowhead Ultramarathon - Corrida no Gelo
BR 135 Ultramarathon - Corrida nas Montanhas
O campeão no ano passado foi o atleta mineiro Marco Farinazzo, que além de vencer a prova ainda bateu o recorde de Walmir Nunes, considerado o melhor ultramaratonista do mundo. O recorde anterior, de 27h26, ficou dois anos sem ser superado, até que Farinazzo completou os 217 quilômetros em 26h43.
São dois os processos existentes para que você possa correr a Brazil 135 Ultramarathon. Leia os procedimentos abaixo:
1 - Processo de seleção
a) baixar o arquivo do site oficial;
b) preencher o arquivo e enviá-lo para o e-mail informado;
c) aguardar a resposta da organização da prova.
O seu curriculo será analisado pela “Comissão de Análise de Curriculos” e uma resposta será enviada. Caso aceito, você receberá um e-mail contendo as instruções para fazer a inscrição.
2 - Processo da InscriçãoO email de resposta trará detalhadamente o que deverá ser feito para garantir a sua participacao na Brazil 135 Ultramarathon de 2010.
Período para envio dos curriculos e quantidade de vagas
Atletas com equipe de apoio (60 vagas) - 15 de agosto a 5 de setembro. Você deverá receber uma resposta até 15 de setembro.
Atletas em equipe - revezamento (30 vagas / duplas e trios) - 15 de agosto a 30 de setembro. Você deverá receber uma resposta até 10 de outubro.
Mais info: http://www.brazil135.com.br/ - Adventuremag

13 de jul. de 2009

Vive Le Tour


Contra relógio por equipes - Equipe Astana de Contador (uniforme amarelo e vermelhor de campeão espanhol). No fundo Lance Armstrong com o capacete preto e prata.

























26 de jun. de 2009

Façam suas apostas

Dia 4 de julho, data que a França comemora a queda da Bastilha será dada a largada, em Mônaco, o 96º Tour de France, que terá 21 etapas e irá até o dia 26. A imprensa e a própria logo do evento vem destacando as voltas às montanhas e a volta ao Monte Ventoux.
Destas 21 etapas, 10 são planas, 7 são de montanha, 1 intermediária, 1 de contra-relógio por equipes e 2 individuais. Das etapas de montanha, teremos 20 com categoria 1 e 2, os maiores níveis de escalada do ciclismo profissional e 3 chegadas em montanha, e passará pela espanha, suiça, mônaco e itália.
A maior etapa terá 224km e será de montanha, passando pela espanha.
Todas as 20 equipes do Pro Tour, somente 2 equipes são norte-americanas. o restante européias.
O favoritismo da prova gira em torno de nomes como Cadel Evans (bi-vice-campeão), Alberto Contador (vencedor 2008), seu companheiro de equipe, Lance Armstrong (hepta-campeão).
Em entrevista, Cadel Evans, disse que a Astana é o time mais forte da história do Tour, mas que não é um time imbatível, e ainda afirmou que Contador é favorito, mas já sabe como vencê-lo. Evans disse que não descarta Lance Armstrong na briga pelo título.
No ano passado, Evans sofreu com a CSC de Sastre, Cancellara e os irmãos Schleck. Será que ele aprendeu a lição para enfrentar o “melhor time de história”?

19 de jun. de 2009

Pontos Culminantes do Brasil

A linha de divisa entre uma montanha com múltiplos cumes e outra montanha separada nem sempre é clara. Um modo intuitivo e popular de distinguir as montanhas independentes dos cumes subsidiários é aplicar a definição da proeminência topográfica. Uma consequência é que neste tipo de listagens são omitidos frequentemente os cumes subsidiários que se ligam a outros mais altos por tergos muito altos, e por isso são de baixa proeminência mas grande altitude. Tais cumes incluem-se na lista abaixo, mas não são numerados.
É altamente improvável que todas as altitudes dadas estejam corretas até à unidade (metro); de fato, problemas de definição do nível do mar colocam-se quando uma montanha é distante do mar. Diferentes fontes diferem muitas vezes em vários metros, e as altitudes indicadas abaixo podem ser diferentes das de outras fontes de pesquisa. Estas discrepâncias servem para alertar para as eventuais imprecisões nas altitudes indicadas (Wikipédia).
Observe a lista abaixo:
1. Pico da Neblina 2993m. - Planalto das Guianas Guiana/Brasil
2. Pico 31 de Março 2982m. - Planalto das Guianas, Guiana Guiana/Brasil
3. Pico da Bandeira 2892m. Serra do Caparaó/Brasil
4. Sem Nome 2852m. - Serra do Caparaó/Brasil
5. Pico do Calçado 2849m. - Serra do Caparaó/Brasil
6. Sem Nome 2818m. - Serra do Caparaó/Brasil
7. Pedra da Mina 2798m. - Serra da Mantiqueira/Brasil
8. Pico das Agulhas Negras 2.791m. - Serra da Mantiqueira/Brasil
9. Pico do Cristal 2769m. - Serra do Caparaó/Brasil
10. Monte Roraima 2739m. - Serra de Pacaraima/Brasil
Esta lista foi formulada em 2001, onde diversos picos sofreram alteração pelas medições realizadas pelo IBGE e Instituto Militar do Exército.

A maior diferença foi notada na medição da Pedra da Mina, situada na divisa dos estados de Minas e São Paulo, com acréscimo de 28 metros, seguido pelo Pico da Neblina que perdeu 20 metros.
O maior ponto do sul do Brasil é o Pico Paraná, com 1.877m., seguido pelo Caratuva.

6 de jun. de 2009

Escalando em Yosemite


Escalar no Yosemite está para os escaladores, como o Ironman do Hawaii para os triatletas. Para os brasileiros não é diferente. Boa parte dos escaladores de rocha brasileiros sonha algum dia escalar em Yosemite, o famoso parque nacional americano, aquele paraíso que você, com certeza já ouviu falar e vale uma viagem até a Califórnia.
Yosemite é a meca da escalada em rocha, e tem milhares de vias em todos os estilos, incluindo muitas vias clássicas de escalada livre e as big walls mais famosas do mundo. Paredes de rocha com mais de 1000 metros de altura, como a face frontal do El Captain, Half Dome, entre vales incríveis e dezenas de cachoeiras, lagos, trilhas e atrações.
O parque tem duas áreas principais de escalada: Yosemite Valley e Tuolumne Meadows. Em Yosemite Valley, a temporada de escalada vai de Maio a Novembro. Em Tuolumne Meadows, de Junho a Outubro. Julho e Agosto são meses em que o parque fica lotado por causa das férias escolares. Na Primavera, as cachoeiras funcionam a plena potência, alimentadas pelo derretimento da neve. No Outono, várias delas secam. Em Novembro, começa a nevar no parque (o nome Sierra Nevada não foi dado por acaso). Durante o Inverno, a Tioga Road fica interditada e as trilhas só podem ser percorridas com esquis de travessia. Em geral, a previsão do tempo fica afixada nas guarderias e entradas de acampamentos, o que facilita o planejamento das escaladas.
O esquema mais comum é ir de avião até San Francisco e, lá, alugar um carro para ir a Yosemite (umas 5 horas de viagem). Em 1996, gastamos, cada um, US$ 950 com a passagem aérea de São Paulo a Los Angeles (até San Francisco é um pouco mais caro). O aluguel do carro, um Ford Escort, ficou em US$ 750 por quatro semanas, incluindo seguro e impostos (esse valor pode ser dividido em várias pessoas).
Compre um guia rodoviário Rand McNeally, à venda em farmácias, supermercados, livrarias e lojas de equipamento. Vai ser muito útil para achar o caminho nas estradas. Há dois postos de gasolina dentro do parque, um na Tioga Road, perto de Crane Flat, e outro em Yosemite Village. Para saber o preço da entrada no parque (parece que aumentou desde que estivemos lá), consute o site Yosemite Park Information.
As opções de hospedagem em Yosemite vão desde simples cabanas de lona, em Curry Village, até um hotel bastante luxuoso, o Ahwahnee. No entanto, todos esses lugares exigem reserva com muita antecedência. A maioria dos escaladores prefere mesmo acampar no parque. É proibido acampar fora das áreas oficiais de acampamento, que ficam lotadas no verão. As reservas devem ser feitas com antecedência, por meio da empresa Destinet. Paga-se uns US$ 10 - US$ 15 por dia, por área (para até 6 pessoas em duas barracas). Os acampamentos são ótimos - confortáveis, limpos e agradáveis. O único que não aceita reservas é o Sunnyside (Campo 4, para os íntimos). Nele, quem chegar primeiro (de manhã, bem cedo) pega o lugar. Lá, cobra-se por pessoa (US$ 3), e não por área.
O Campo 4 foge um pouco ao padrão dos demais acampamentos. Ele é menos arborizado, mais cheio de gente e, lá, não se pode entrar com o carro. Em compensação, quase todo mundo que acampa lá é montanhista e, é o lugar certo para ficar se você estiver sozinho, em busca de companhia para escalar. Quando estive no parque, não havia lugar em Yosemite Valley. Há um limite de permanência de, no máximo, uma semana em cada acampamento. Os acampamentos de Yosemite Valley permanecem abertos durante todo o ano, mas aqueles localizados em altitudes maiores só funcionam no verão. Em Tuolumne Meadows, quase tudo fecha em Setembro ou, no máximo, no início de Outubro. Portanto, se você pretende escalar lá, planeje com cuidado as datas.
Se você planeja fazer alguma caminhada ou escalada com mais de um dia de duração, vai precisar de uma licença para acampamento selvagem (wilderness permit), que pode ser conseguida no próprio parque ou reservada com antecedência. Para obter mais informações sobre os acampamentos e permits, visite o site do National Park Service.
Em qualquer lugar da Sierra Nevada, tenha muito cuidado com os ursos. Para saber mais sobre isso, leia Encontro com Zé Colméia.
Se você pretende ficar bastante tempo acampado, vale a pena ter alguns luxos como um lampião a benzina, uma barraca espaçosa e um colchonete bem confortável. Aliás, a benzina nos Estados Unidos é baratíssima e pode ser comprada em qualquer loja de material para camping ou nos mercadinhos dos parques.
A comida pode ser comprada em supermercados, em alguma cidade, antes de entrar no parque. Lá dentro, há alguns mercadinhos, mas os preços são mais altos e não há muita variedade. Em lojas de material de montanhismo, é possível encontrar excelente comida de expedição, leve e muito saborosa. Quando você estiver com preguiça de cozinhar, pode recorrer aos vários restaurantes e lanchonetes que existem no parque.
Leve material adequado ao tipo de via que você pretende escalar.
Se você estiver escalando numa única cordada de dois, é melhor usar segurança com corda dupla (duas cordas de 50 m de comprimento por 8,5 ou 9 mm de diâmetro), já que praticamente todos os rapéis em Yosemite exigem duas cordas.
Para as escaladas em bigwall, a lista de equipamento varia muito dependendo da via.

5 de jun. de 2009

Já que o assunto é escalada

Achei este texto interessante e estou repassando:

ESTILOS E GRADUAÇÃO DE VIAS ESPORTIVAS
Vale a pena lembrar que a evolução tecnológica dos equipamentos de segurança e nível técnico dos escaladores estão proporcionando um estilo de escalada que leva os praticantes a ousar um pouco mais em determinadas áreas ou vias. Esse tipo de escalada com maior grau de exposição é considerado para uns como esportivo tradicional, eu considero como evolução. Uma vez que com menos proteções fixas à rocha temos menor impacto ambiental e uma atividade com menor número de despreparados e consequentemente com menores índices de acidentes (a maioria dos acidentes em escalada em rocha é causado por erros banais e escaladores despreparados técnica e fisicamente, quase sempre iniciantes). As vias de escalada esportiva devem ser seguras o suficiente para o atleta se preocupar apenas com a escalada, a progressão na rocha, mas utilizando sempre as regras de segurança inerentes a qualquer tipo de escalada. Assim o escalador pode ousar mais chegando ao seu limite. Porém como a segurança é subjetiva, uma pessoa pode não se sentir segura até mesmo na via de escalada mais segura que houver e, portanto não ousar um movimento acima. O padrão de segurança deve ser individual e com isso o esporte terá vários estilos de vias e atletas. Vias seguras para escaladores com bom senso. Com tantas opções de vias nos campos escolas, atualmente não faltarão vias extremamente bem protegidas para "você" escalar. Desenvolva seu lado psicológico, físico ou técnico e evolua. Escalada esportiva é um esporte seguro, porém para aqueles que não conhecem seus limites, tudo muda e um detalhe como, por exemplo, desmontar uma via sem atenção pode ser fatal.

- On sight: via encadenada sem nunca antes ter sido escalada pelo escalador e este não obteve nenhum tipo de informação sobre a mesma.
- Flash on sight: via encadenada sem nunca antes ter escalado-a, mas já ter obtido informações suficientes sobre a via a ponto de facilitar a escalada, como ver um outro escalador escalando a via, ou ter obtido informações através de comentários, vídeos ou fotografias dando detalhes sobre as dificuldades da via.
- Red point: encadenada depois de algumas tentativas, mas sem costuras ou peças na parede.
- Pink point: encadenada depois de algumas tentativas, mas com as costuras ou peças já instaladas na parede.

- Free point: via em top rope o mesmo que com corda de cima.

Para graduar a via, segue-se uma regra hierárquica de cadenas (movimentos em cadência). Se um escalador mandou uma via à vista, a graduação sugerida por ele tem maior peso que a sugestão de um escalador que mandou em redpoint.
Um exemplo: Um escalador escalou e encadenou uma via à vista e sugeriu 9a como graduação. A mesma foi realizada de redpoint por outro escalador que a graduou em 8c (portanto mais fácil) Porém, por ter decorado a via tendo feito diversas tentativas, é considerado a sugestão do escalador que a fez à vista. Ou seja, fica valendo a graduação 9a.
Outro ponto é se foi à vista ou não. Um exemplo é do Japonês Yugi Hirayama. Ano passado mandou a White Zombie, 8c francês, em tese, à vista. Foi considerado o primeiro 8c francês encadenado à vista no mundo. Até que vazou a história de que ele já tinha dado segurança a um outro escalador naquela via. Hoje em dia 8c é o máximo grau encadenado à vista. Apesar de muitos já terem conseguido esse feito. Tomás Mrázek da República Checa é considerado o pioneiro nessa proeza. E o Japonês Yugi Hirayama terá que encadenar outro 8c francês à vista para se considerar parte desse seleto grupo de escaladores.

Bom, se 8c é o máximo à vista, como graduar 9a, 9a+, 9b e 9b+? Até onde sei a proposta mais dura hoje em dia é a Chilam Balam 9b+ francês. O único a encadená-la foi Bernabé Fernández, que também a equipou (fixou as proteções na rocha). Ninguém mais conseguiu escalá-la dessa forma. Na verdade acho que ninguém mais ousou tentar.
Como ele propõe essa graduação sem nem mesmo existir o confirmado o 9b?
Atualmente a maior dificuldade é 9a+ consolidado com diversas vias sendo a Realization (ou Biographie, se preferirem), através de Chris Sharma, a mais famosa. Esse assunto é bastante controverso. Já aconteceu diversas vezes no mundo da escalada. Exemplo um pouco mais remoto foi Fred
Rouhling ao propor Akira 9b francês. Muitos o desmentiram, outros o criticaram. Há quem diga que agarras foram quebradas para gerar a graduação, mas a Climbing Magazine colocou a mão no fogo pelo francês, confirmando que ele era capaz de escalar tal proposta. O próprio Wolfgang Gullich ao propor Action Direct, 9a gerou controversa. E ele sozinho sobrepujou sua geração por três vezes. E até que alguém mande à vista, vale sim a graduação de quem mandou em redpoint.
Até mesmo o redpoint vem sendo objeto de discussões. Muita gente esqueceu do pink point, e vem considerando o pink e o red a mesma coisa. E com certeza trata-se de estilos distintos.

A graduação é algo difícil. Depende de diversos fatores. O mais importante talvez seja o esforço que o escalador precisou para mandar a via. Algo completamente subjetivo. Essa é a razão de escaladores de calcário tentarem elevar a graduação de vias em granito e vice-versa. Estilos diferentes exigem diferentes condições técnicas e, portanto, diferentes esforços. Escaladores esportivos que praticam em diferentes tipos de rocha têm maiores chances de encadenar vias a vista em rocha ou até mesmo aproveitarem melhor as condiçoes de vias em campeonatos, por exemplo.
O que vale afinal é o consenso. Contudo pra atingi-lo leva-se tempo. Tempo para que mais de um escalador encadene a via, seja à vista ou trabalhada. Uma das propostas é exatamente essa, cada escalador colocar sua opinião sobre a graduação da via e todos terem acesso às sugestões, assim é possível discutir e chegar a um acordo.

Publicado em 23 de Março de 2007 no BlogUAI Paredes de Minas.

Sistema de Graduação

Na escalada, se usamos expressões do tipo, "fácil", "moderada" ou "difícil", ficaria um tanto vaga, um tanto imprecisa. Para que haja um parâmetro e evolução do próprio esporte, como classificaríamos uma escalada que não é nem moderada, nem difícil? Para ter maior precisão cada via passou a receber um grau, que é dado por comparação com outras vias. Assim foram criados os sistemas. Os mais conhecidos são o francês e o americano.

O sistema brasileiro é constituído, em geral, por três partes, ou seja, para classificarmos uma escalada usamos três codificações, como por exemplo: 5° VIsup A1.

A primeira é o grau geral da via, que está presente na maior parte da escalada e leva em conta também o tamanho da via, a distância entre os grampos e outros fatores. Vai do 3° grau (fácil) até o 12° grau (extremamente difícil). Neste exemplo citado, temos uma via de quinto grau.

A segunda parte define o grau do lance chave da via, também conhecido como "crux". Pode aparecer também a abreviação 'sup' (de superior) ou uma letra. Até o sexto grau é utilizado um 'sup' para definir que este lance tem uma dificuldade superior ao grau citado porém ainda inferior ao seguinte. A partir do sétimo, para aumentar a precisão, são utilizadas as letras minúsculas 'a', 'b' e 'c'. No exemplo a via é de quinto grau com lance de sexto sup.

A terceira parte expressa a dificuldade de passagens artificiais da via, que só aparecerão se existirem; grau que varia de A0 até A5 e leva em consideração as proteções, o tipo de rocha, a inclinação da parede e, principalmente, o potencial de queda. Essa classificação é utilizada em todo o Brasil, porém se voce for escalar em outros países, existe uma tabela de equivalência, conforme segue:

A graduação de via é normalmente dada por escaladores experientes, que fecham a via "on-sight", ou seja, guiando em livre, sem conhecimento prévio da via, para que possam dar um parâmetro em comparação com outras vias, já escaladas de graduação semelhante. Além disso, deve-se levar em consideração o estilo de escalada, técnica, rocha, entre outros. Existem vias que podem sofrer alteração de graduação, com perda de algumas agarras que se soltam, podendo subir, ou abaixar seu grau.
Uma das vantagens do sistema brasileiro é a menção do grau geral e do crux da via em separado, ao contrário do que acontece em sistemas como o americano e o francês, que tomam como grau de uma escalada apenas o grau do seu lance mais difícil.
O sistema aqui proposto procura manter esta e outras qualidades deste sistema e ao mesmo tempo acrescentar algumas inovações que o tornem mais atual e eficiente.
Para medir o grau de exposição utilizamos a letra "E", que vai de E1 a E5, que mede o grau de proteção da via; uma via E1 é bem protegida, a exemplo de vias na falésia do anhangava e E5, vias altamente perigosas, como algumas em Salinas - RJ. O fator de exposição é opcional no grau da via, pode-se colocar como omitir. Normalmente, em passadas fáceis, diminui-se as proteções, que se concentram em lances chaves.
Outro grau medido é o de duração da escalada, representado pela letra "D", de 1 a 7, sendo D1, vias de poucas horas a 7, que abrangem expedições dom vários dias de escalada.
Por padrão, utiliza-se em vias de falésias ou esportivas curtas, somente o grau geral da via, e nos boulders, a classificação é feita pela letra "V", sendo o V0 (V-zero) o boulder mais fácil, equivalendo a um sexto sup e V-15 o mais difícil.
Os clubes e escaladores tentam ao máximo uma padronização desta modalidade de graduação, que em termos técnicos, atende as necessidades dos escaladores.

1 de jun. de 2009

Glicemia

A glicemia (do grego γλεῦκος, mosto, por extensão doce) é a concentração de glicose no sangue ou mais precisamente no plasma.
Nosso corpo transforma alguns dos carboidratos que comemos em glicose e a glicemia é o nível de glicose presente em nosso sangue. Ou seja, quando comemos muito, nossa glicemia aumenta, ao passo que quando comemos pouco, a mantemos baixa.
Mede-se a glicemia através da confirmação dos sinais e sintomas clássicos da glicemia em jejum (exame de sangue onde são verificadas as taxas de glicose no sangue) e do teste padronizado de tolerância à glicose (TTG). (Wikipedia)
Para provas de endurance como a corrida de aventura, o teste glicêmico é um dos importantes testes a serem feitos, que se traduz de maneira muito importante, pois o nível refletirá em resultados de performance.
Um protocolo foi montado para realizar este teste pelo OUTDOOR PERFORMANCE, sistema de treinamento do Clube de Aventura, para avaliar os atletas. O recordatório alimentar começou 24 horas antes do treino físico, na sexta feira, as 16:00. Neste mesmo dia foi feito a avaliação de percentual de massa corporal.A Avaliação dos índices iniciou as 17:00 do sábado e durou 12 horas, com retirada de amostra sanguínea a cada 30 minutos, sendo administrada, após 1 hora, a primeira suplementação, nas primeiras 5 horas, o teste, que procurou se manter fiel as corridas em termos de logistica e organização, foram percorridos cerca de 22km de trekking, e nas horas restantes, 56km de mtb.
Com estes resultados em mãos é possível melhorar performance e avaliar a alimentação nas provas.

25 de mai. de 2009

Pedalando com griffe

Para comemorar os 60 anos, a italiana ferrari lançou, em 2007, uma bicicleta estradeira, juntamente com a também italiana Colnago, tradicional fábrica de bikes de ponta. Um levíssimo quadro de carbono, equipado com componentes Campagnolo. Pela bagatela de 18mil dólares, voce pode ter uma ferrari edição limitada.

12 de mai. de 2009

Let´s climb

Renan Ozturk na face sul do Pão de Açúcar, conhecida como Totem, "casa" de muitas vias de escalada esportivas e tradicionais
Foto: Revista Go Outside

High line = slack line

O brasileiro Hugo Langel na highline que ele próprio montou para recepcionar os gringos

Cedar Wright na slackline montada na ilha da Tijuca

Foto: Revista Go Outside

11 de mai. de 2009

Mínimo impacto

É comum hoje as pessoas buscarem ambientes naturais para atividade de lazer, que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza. Que bruscamente tem se refletido na paisagem, pois a maioria destes locais, a natureza é frágil e precisa ser tratada com cuidado, que depende muito do comportamento dos visitantes.
Seguindo algumas regras simples, poderemos ajudam a proteger o meio ambiente.
Abaixo estão alguns Princípios de Conduta Consciente em Ambientes Naturais:
1 - Planejamento é fundamental
• Informe-se sobre as condições climáticas.
• Viaje em grupos pequenos, que causam menos impacto.
• Evite viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados e férias.
• Escolha as atividades que vai realizar conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência.

2 - Cuide das trilhas, dos locais de acampamento e respeite os animais
• Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas, mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. Se você contorna a parte danificada de um trilha, o estrago se tornará maior no futuro. Não use atalhos que cortam caminhos. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras.
• Acampando, evite áreas frágeis. Acampe somente em locais pré-estabelecidos, quando existirem. Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água. Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedra ao acampar.
• Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local e use um plástico sob a barraca.
• Ao percorrer uma trilha, ou sair de uma área de acampamento, certifique-se que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. Remova todas as evidências de sua passagem. Não deixe rastros!
• Não alimente os animais. Eles podem acabar se acostumando com comida humana e passar a invadir os acampamentos em busca de alimento, danificando barracas, mochilas e outros equipamentos. Eles também podem adoecer por causa delas.
• Não queime, nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga todo o seu lixo de volta com você.
• Caso não haja banheiros na área, cave um buraco com mais ou menos 15 cm de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação.

3 - Deixe cada coisa em seu lugar
• Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes, etc. Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais.
• Resista a tentação de levar ‘lembranças’ para casa. Tire apenas fotografias, deixe apenas leves pegadas, e leve para casa apenas suas memórias.

4 - Seja cortês com outros visitantes
• Evite fazer barulho, ele assusta os animais e outras pessoas não são obrigadas a compartilhar os mesmos gostos que você. Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia que a natureza favorece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa ou troque-os por um discman ou MP3 player.
• Deixe os animais domésticos em casa.
• Colabore com a educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade.

Meio ambiente e Ética

Apesar da escalada ser um esporte que não é regida por regras formais, existe ética para respeitarmos os conquistadores, os escaladores e o meio ambiente e, é necessário seguirmos um conjunto de princípios, que vêm sendo definidos ao longo de gerações, fundamentados na ética ambiental e no respeito mútuo entre os escaladores. A ética ambiental é definida a partir de atitudes ou utilização de técnicas que ajudam a reduzir ao máximo o impacto da passagem do escalador pela montanha.
O respeito entre escaladores, por sua vez, é baseado principalmente no respeito às vias conquistadas, que não devem ser alteradas, e compreendidas como um patrimônio de todos os escaladores, atuais e futuros. devendo dese modo ser preservados os diferentes estilos e concepções de conquista, que fazem da escalada em rocha um esporte tão rico, único e especial.
Com pequenas ressalvas, que variam de clubes de montanha para outros, basicamente a ética no montanhismo é:

1 - Resolva os lances naturais oferecidos pela pedra, não coloque ou cave agarras na rocha. Deixe para criar lances e vias artificiais em muros de escalada indoor.
2 - Não acrescente ou retire grampos em vias de escaladas sem a autorização expressa dos conquistadores. Se uma via foi conquistada bem protegida, com grampeação longa ou com proteções móveis, devemos respeitar estes estilos. É válido lembrar que o escalador deve se preparar para as escaladas que deseja realizar, ao invés de rebaixar a escalada ao seu nível. Se você achar realmente necessárias alterações, converse antes com os conquistadores da via.
3 - Respeite as fendas com possibilidade de proteção usando equipamentos móveis, perfurando a rocha apenas quando realmente necessário;
4 - Respeite a vez de um escalador que tenha chegado primeiro à via de escalada, ultrapassando-o somente se ele assim o permitir;
5 - Escolha a forma de descida que seja menos impactante ao ambiente;
6 - Informe-se de antemão sobre a ética local dos lugares que for visitar, e respeite-a;
7 - Não promova e nem participe de escaladas com um grande número de pessoas. Estas excursões causam grande impacto nas trilhas e vias. Aprecie o aspecto reflexivo e contemplativo do esporte, o que só é possível longe de multidões.
8 - Ajude a manter trilhas e montanhas limpas. Leve sempre o seu lixo de volta.
9 - Preserve a vegetação das paredes rochosas. Não moleste aves e outros animais silvestres que eventualmente encontre durante a escalada. Evite áreas de nidificação de aves nas épocas de reprodução.
10 - Já existem acessos a todas as vias de escaladas. Não abra novas trilhas, nem crie atalhos modificando seus traçados originais.
11 - Um dos grandes problemas que vivemos hoje em dia é a ameaça de bloqueio ou restrição de acesso às áreas de escalada, seja pela urbanização, favelização, grilagem, propriedades privadas ou até por determinações de órgãos públicos. Há fatores que contribuem ainda mais para esta situação se complicar, como a descompostura de escaladores, acidentes, conflitos com proprietários ou mesmo entre escaladores, impacto ambiental e falta de informação dos órgãos públicos. Portanto, é importante preservar os acessos usando de cortesia com os proprietários e a população local, mantendo um bom relacionamento com os órgãos públicos e denunciando atos criminosos contra o meio ambiente, como captura de animais selvagens, uso de armadilhas, caça ilegal, coleta de plantas, incêndios criminosos e desmatamento.
12 - A prestação de socorro ou auxílio está sempre acima das prioridades de uma excursão. A omissão de socorro, é crime previsto no código penal. O auxílio pode ser dado através dos primeiros socorros, quando houver domínio do assunto, ou então pedindo-se ajuda às autoridades públicas, como os bombeiros, por exemplo, cujo telefone é 193;
13 - Sempre pratique e divulgue as técnicas de mínimo impacto.

10 de mai. de 2009

Dean Potter - Slack line

Provavelmente de origem circense, slack line, hight wire ou corda bamba possuem a mesma função: testar por completo seu equilíbrio físico e concentração, que ganhou grande aceitação pelos escaladores, sempre atrás de novos desafios.
Foi pensando nisso, que Dean Potter, criou um novo estilo de brincadeira, juntando o slack ao base jump. Voce pode assistir na íntegra esta façanha no filme: The Sharp End, da Sender Films.
A sua única proteção nesse slack é o paraquedas.
Ele ainda foi além, escalou uma via de difícil acesso em free solo (video abaixo), com mais de 200 metros, também protegido pelo seu paraquedas.

8 de mai. de 2009

Advertising

Adilson Koizumi - Design Gráfico - (43) 9985.2839 - adilsonkoizumi@gmail.com

7 de mai. de 2009

A escalada

A escalada é um esporte facinante que da liberdade ao praticante, quebrando barreiras e paradigmas, e, que além de tudo, proporciona prazer e diversão, trabalha os sentidos, força física e principalmente a condição psicológica. Medo, incertezas e riscos estão presentes em cada escalada para serem superados.
Qualquer pessoa que pretenda iniciar-se no esporte de escalada tem a obrigação de procurar informar-se a respeito dos riscos nele envolvidos, assim como dos procedimentos de segurança que torna a prática aceitável dentro do padrão do esporte.
A forma mais eficiente para se inteirar dessas informações é sem dúvida passar por um curso de formação. Hoje através do desenvolvimento do esporte e turismo de aventura, começa-se a regularizar muitas atividades. Porém ainda em estágio de sugestões, por isso nem sempre é fácil verificar a competência das instituições e instrutores. Para garantir a qualidade e responsabilidade dos cursos de escalada, procure as federações, associações e clubes de montanhismo.
A escalada em rocha é considerada esporte de risco e a sua prática deve seguir rigorosamente as normas de segurança que regem a atividade. Isso significa não apenas a correta utilização de equipamentos (equipamentos estes adequados a pratica esportiva em questão), mas também com o emprego das técnicas e sistemas de segurança (procedimentos) igualmente adequados, como o ambiente onde se pratica os esportes de escalada representa risco iminente ao homem. Qualquer tipo de negligência ou abuso é uma estupidez que pode acarretar em acidentes que podem ter como conseqüência severos ferimentos ou mesmo a morte.
Nenhuma pessoa deve se guiar por livro, manual, apostila ou qualquer tipo de publicação juntamente com um punhado de equipamentos e rumar para uma montanha ou mesmo para um campo-escola a fim de aplicar conhecimentos adquiridos dessa forma. Não seja irresponsável. A literatura de montanha e artigos especializados, ainda que sirva de base, fonte de informação, consulta e revisões, não dispensam a presença de um instrutor responsável e devidamente qualificado para esta atividade.Seja consciente!

Roupa é equipamento

A sensação térmica (wind-chill) causada pela combinação temperatura-vento pode ser motivo de hipotermia e até morte em dias relativamente quentes. A tabela abaixo mostra o quanto a sua temperatura corporal pode sentir em um dia de temperatura agradável, mas que tenha uma brisa leve.
Em lugares de altas montanhas e paredes é mais importante na maioria das vezes proteger-se do vento do que do frio. Nestes ambientes a vairação de temperatura pode ser brusca, variando muito com a simples passagem de uma nuvem ou mudança repentina no clima.
Assim, um anoraque ou agasalho para barrar o vento é mais importante que um fleece. Outra vantagem dos break-winds ou windstoppers em relação aos agasalhos térmicos é seu baixo volume, que possibilitam que alguns modelos possam ser carregados acoplados na cadeirinha.
Atualmente existem agasalhos tipo fleece que já tem “embutidos” uma camada para cortar o vento. Voce deve levar em conta quando preparar o equipamento para uma empreitada, e não pense que ao planejar realizar a escalada em tempo curto você estará livre das ações do frio. Em quinze minutos, o vento aliado a uma camiseta molhada de suor pode fazer você gelar o suficiente para bater os dentes e iniciar um quadro hipotérmico.
Se você estiver numa situação dessas e não possuir nenhum agasalho, tente ficar próximo ao chão ou da pedra, procurando esconder-se do vento mais forte e expor o mínimo de área do seu corpo ao vento. Roupas molhadas são piores que ficar sem roupa. A água é uma excelente condutora de calor, e só ajudará a roubar o calor da sua pele. Existe uma nova geração de tecidos com a função específica de transportar a água (ou suor) da pele para o exterior da trama, protegendo assim seu corpo de perder mais calor. Por este motivo, usar camisetas de algodão pode até ser mais confortável do que as roupas sintéticas, mas as fibras naturais são muito mais lentas para secar e não funcionam térmicamente quando estão molhadas.
Portanto, toda vez que você iniciar uma escalada longa, leve sempre consigo uma proteção contra o vento e a chuva. Mesmo em dias ensolarados, nos quais a temperatura na base está agradável e quente. O vento é um inimigo invisível que está sempre presente nas alturas.
> Mountainvoices

Lance Armstrong

"Meu jeito de competir era muito duro e, algumas vezes, eu era um personagem espinhoso, abrasivo. Eu não tinha - e ainda não tenho - muito tempo para papinhos e bobagens. Acrescente-se a isso a suspeita de doping, o fato de eu ter abandonado o ciclismo e de não estar totalmente no esporte. Quer dizer, eu entendi essas coisas e estou aberto para conversar a respeito. Mas algumas dessas pessoas são muito imaturas. E tenho uma péssima notícia para elas: estou voltando. E estou retornando em nome de 8 milhões de pessoas que morrerão este ano no mundo, e acho que essa é uma razão nobre para eu voltar à minha bike. As pessoas que falam mal e reclamam do meu retorno veem a Fundação Lance Armstrong como uma fraude mas, com o perdão da má palavra, fodam-se elas. Eu não tenho tempo para isso. Minhas intenções são puras e, como eu disse, não param por aqui".

Essas foram as palavras de Lance Armstrong, referindo-se a sua volta a Elite do Ciclismo e acusações contra sua fundação e doping, em entrevista para revista americana Go Outside

3 de mai. de 2009

Pico Agudo - PR

Feriado de dia do trabalhador, a convite dos Pedais Vermelhos, tribo biker tradicional da cidade, fomos fazer um passeio em Sapopema, região de São Jeronimo da Serra. Nos programamos a semana inteira para a logística de transporte e organização, afinal, fomos em 10 pessoas para o pedal e resolvemos que o ideal seria uma van.Na foto, da esquerda para a direita; Tihiro, Marcão, Didi, Paulista, Koizumi, Élcio, Joni, Alfredo, Rômulo e fico fora da foto o Junior.
O trajeto já tinha sido feito por alguns do grupo, há alguns anos, com 50 km de extensão. Região de Serra, nada é fácil. Arrumadas as bikes na noite anterior, conseguimos sair da cidade as 6:20 da manhã e chegamos ao local, Lambari, distrito de Sapopema, as 8:15. Até montarmos as magrelas, tomarmos café da manhã, saímos as 9:00.
O trajeto começa numa longa subida, mas fomos ajudados pelo clima agradável na manhã. Era um dos poucos trechos regulares do percurso, marcado por paisagens incríveis.
Já no final da primeira subida aparecem os principais cumes dessa região, entre eles a Serra Grande e o Pico Agudo, ainda bem distantes.
E próximo as 11:00 fizemos nossa primeira parada, com pouco mais de 12km percorridos. Dai entramos nos primeiros trechos de singletrack, alguma coisa que há muitos anos fora uma estrada e hoje são crateras de erosão. Trecho extremamente técnico, com degraus com mais de meio metro. O primeiro batizado foi o Élcio, seguindo os downhillers do grupo, encaixou a roda dianteira num buraco e deu um 180º. A partir daí, foi um festival de tombos. Principalmente por aqueles que não tem muita intimidade com os pedais de travamento automático (clip). Nestes trechos de single track, as poucas partes planas eram um areial fofo que engolia as rodas e pesava mais que nas subidas, e os buracos e pedras soltas faziam tensas todas as descidas.
Passamos por algumas casas habitadas e perdidas no interior da mata, totalmente ilhadas, natureza exuberante, que em muitos pontos ainda continua intacta, cercados por grandes peraus de arenito, característica da região. Logo em seguida fizemos nossa segunda parada, já aos pés da imponente montanha. Uma casinha com água de mina, meio abandonada, onde almoçamos. Meu GPS marcava 25 km de percurso e já eram quase 2 da tarde.... realmente um percurso bem técnico e travado. O que mais me prejudicou foi perder um parafuso da minha sapatilha. Com isso o taco girou e não encaixava mais no pedal. Fiquei forçando somente a perna esquerda nas subidas.
Descansados saimos e de voltamos ao sobe-desce. Na descida, um mato tão alto que não se via a frente nem a trilha para seguirmos. De repente o chão sumiu... pegando alguns de nós de surpresa. Eu mesmo tomei uma sequencia de tombos, acho que 3... Era uma descida bem ingreme que nos levaria às margens do rio Tibagi. Já havíamos circundado o Pico Agudo e estavamos voltando. Acho que esse foi o percurso mais difícil de todo o trajeto, onde alguns arriscaram-se a descer montados e tombar ou escorregar empurrando as bikes.
E após muitos tombos, pedras soltas e arranha gatos chegamos as margens do Tibagi.
Ai vai outra epopéia... a última subida forte era pra voltarmos ao estradão a caminho de Lambari. A surpresa nesse trajeto foram as caixas de abelhas pelo caminho que assustou o pessoal. Em um dos últimos passeios, o pessoal tinha sido atacado por algumas centenas delas. A última parada foi na casa de uma senhora muito simpatica que nos ofereceu água gelada. Estávamos ha apenas 10km da pequena vila. Conforme chegavamos próximo a vila aumentava o fluxo de motos, que devem ser o meio mais fácil de locomoção na região, fora os fuscas e os 4x4. uma forte descida marcou a chegada, acompanhada de uma chuva. O primeiro grupo chegou as 17:00. Apesar de curto, o passeio foi cansativo e marcado por trechos extremamente técnicos.
Agora é só esperar o próximo feriado pra juntar toda a turma e partir pro próximo percurso.

30 de abr. de 2009

Outdoor life

Yosemite é, além de um dos pólos de escalada mais completos do mundo, o ponto máximo da escalada clássica, e El Capitan, uma gigantesca parede de granito. ergue-se quase 1.200 metros acima do vale, uma montanha cinzenta e maciça como um navio de guerra, de onde se enxergam minúsculos escaladores pendurados em sua encosta, que de longe, parecem imóveis, como se todo seu esforço sumisse ao ser admirado à distância.

No ponto mais duro de uma das rotas mais cascas-grossas do mítico El Cap, a 825 metros de altura, Steph Davis está se puxando rocha acima, com os pés meio congelados, quando seu pé direito escorrega e ela cai dez metros. Sua corda estala ao se estender, evitando uma fatalidade e deixando-a balançando no vazio. Ela grita para Cybele Blood, recrutada para fazer sua segurança, para dizer que não está ferida. Só irritada. "Ótimo", ela resmunga para si, sabendo que só há uma coisa a fazer: continuar subindo.

Steph está no oitavo dia de sua tentativa de se tornar a primeira mulher a fazer a escalada livre do paredão Salathé, uma rota na face sudoeste do El Cap - e, segundo seus cálculos, ela já devia ter terminado. Mas, desde o começo, nada tinha saído de acordo com o planejado.

Pra começar, o tempo. Alternando entre quente de matar e gelado com vento, era o tipo de condição climática que pode ficar feia bem depressa - como aconteceu quase um ano antes, quando uma tempestade de neve assolou o El Cap, prendendo dois escaladores japoneses que morreram congelados antes que o resgate os alcançasse. Steph não está equipada para um tempo assim. Ela está usando tênis leves e shorts de escalada, uma primeira camada de roupa longa e uma jaqueta fina. Seu único equipamento é um saco de dormir leve, uma cafeteira portátil e pouca comida.

O maior problema de Steph, no entanto, é a possibilidade de talvez não ser capaz de encarar o último e punk trecho do Salathé, conhecido como paredão Enduro. É um mau sinal, já que a principal vantagem dessa super escaladora não é tanto o talento atlético ou a técnica impecável, mas a força de vontade e o estilo de trabalho metódico e cerebral. Essa mulher de 33 anos treinou sozinha o verão todo para essa empreitada. Mas liderar uma ascensão de nível 5.13 - que é mais ou menos como subir feito uma aranha pela lateral de um arranha-céu, com agarras para se segurar do tamanho de uma lentilha - é outra história, e Steph tem caído. Bastante.

Diferentemente de uma escalada tradicional, em que não há problema em se apoiar em cordas enquanto se sobe um paredão, na escalada livre é preciso usar somente as mãos e os pés para galgar as rachaduras e falhas naturais da rocha. O equipamento de proteção só está lá para segurar o atleta em caso de queda, assim como a pessoa responsável por sua segurança. Cair é, no mínimo, inconveniente. Toda vez que se cai de um paredão, é preciso voltar ao início do estágio e começar tudo de novo.

Steph tem estado empacada nessa parte o dia todo. A luz do dia está acabando e ela está fadada a passar a noite em uma saliência de granito não muito mais larga que uma prancha de surf. Detalhe: com um precipício de 825 metros logo a seu lado. Um pensamento passa por sua cabeça: Por que não desistir de uma vez dessa roubada e descer?

STEPH DAVIS DEU DURO A VIDA TODA EM BUSCA DE SEU SONHO: VENCER ALGUNS DOS PAREDÕES MAIS DIFÍCEIS DO PLANETA. PARA ISSO, ABANDONOU A FACULDADE, ENFRENTOU A FAMÍLIA, TREINOU FEITO DOIDA, LUTOU CONTRA OS PRÓPRIOS MEDOS. A RECOMPENSA? VER O MUNDO DE CIMA DAS MONTANHAS MAIS FASCINANTES DA TERRA

29 de abr. de 2009

Green River Race - A copa das corredeiras



Toda modalidade tem seu evento chave, culminante, como o Ironman do Hawaii para os triatletas, o Tour de France para os ciclistas, Spartathlo para os ultramaratonistas, a Green River, descida de caiaques feita no rio de mesmo nome, localizado na Carolina do Norte, nos EUA, é a meca dos amantes do caiaquismo, ponto de encontro dos atletas mais destemidos de todas as partes do planeta, neste evento que é mais que uma corrida, mas a cerimônia anual em celebração ao esporte. Participar dessa prova e ganhar a camisa de número um não é tarefa fácil, já que a maior parte do evento acontece em corredeiras de classe V - a classificação das descidas vai de I a VI, sendo que a última é considerada praticamente intransponível.



O Brasil esteve presente no Green River em 2008 com a performance de Pedro Oliva Criscuolo, que participou na categoria short boat. Pedrinho, como é conhecido, mora atualmente na Califórnia e ficou com a 54ª posição no ranking final. Foi sua estréia na competição. "Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a impressionante quantidade de pessoas que caminharam mais de uma hora para poderem assistir de perto aos canoístas desafiando as perigosas águas do rio", diz Pedro. "É realmente uma cena sensacional de ver, ainda mais quando se tem por perto uma natureza tão exuberante."
A largada acontece de 20 em 20 segundos, e Pedro foi um dos primeiros a largar em sua categoria. O atleta ainda perdeu preciosos segundos ao parar para ajudar um outro competidor que estava preso nas pedras - para garantir a segurança dos caiaquistas, faz parte do regulamento que todo atleta deve ajudar quem estiver com problemas a sua frente, mesmo que isso lhe custe várias posições. "É uma regra que preza a ética do esporte, de cada um ter muito respeito pela vida do outro canoísta", afirma. "Vi um atleta em apuros, parei, resgatei seus equipamentos o mais rápido que pude e segui em frente com gás total... Mas nisso já havia perdido muito tempo. Sem problemas. Ano que vem tem mais."
Um dos momentos mais memoráveis da prova foi quando todos os participantes formaram um gigantesco círculo com os caiaques em pé, com o bico para cima. Os caiaques menores ficam no interior do círculo, deitados no chão. A roda é organizada de acordo com uma ordem de chamada, que segue a classificação do ano anterior.
Depois que o círculo está formado, o mestre-de-cerimônias reforça as últimas instruções e relembra as normas de segurança e a importância da ajuda mútua entre os canoístas. Todos ali sabem que se trata de um rio perigosíssimo e que a vida dos atletas vale mais que um prêmio. Por momentos assim é que o Green River é uma competição inesquecível e fascinante.

Ainda falando em Pedro, observe a foto abaixo:
Existem muitos doidos por ai, eu já tinha visto algumas descidas alucinantes de cachoeiras antes.
Pedro Oliva quebrou o recorde mundial de descida em cachoeira no começo de Março, ao descer uma queda de 39 Metros!! A façanha aconteceu na cachoeira de Salto Belo, no Rio Sacre, localizada no estado do Mato Grosso.
Segundo a Revista Pulse, Pedro levou 2,9 segundos caindo do topo da cachoeira até a base, e sua velocidade chego a 113km/h!



Parabéns Pedro pelo recorde! E também pela coragem!

28 de abr. de 2009

Como escolher sua Mountain Bike

1 -Quadro
Uma vez que você saiba que tipo de pedal fará (all mountain, downhill, freeride, cross-country), tente achar um bom equilíbrio entre peso e força. Quadros mais pesados são geralmente mais resistentes, enquanto os mais leves exigem menos força e mais cuidados. Quanto aos materiais, alumínio, carbono e titânio fazem o trabalho — a escolha depende de quanto você quer investir. Se você estiver em dúvida entre dois quadros, fique com o menor. Uma mesa e um canote de selim maiores farão o ajuste necessário. A geometria do quadro é um fator importante, já que determina como a bike se comportará com você. Teste várias antes de tomar sua decisão.
2-Freios
Há três tipos de freios (v-brakes, hidráulicos e a disco). Os v-brakes são eficientes, baratos e leves, mas tendem a perder performance quando o tempo fecha e a lama aumenta. Freios a disco são similares, mas se dão melhor em climas molhados. Discos hidráulicos têm design similar aos das motos e ótima performance, mas a manutenção é cara e constante.
3-Suspensão traseira
Bikes com suspensão dianteira e traseira (full) tornam o rolê mais macio e agradável do que numa hardtail. Suspensão traseira usa molas em seu princípio mecânico, pois precisa ser mais rígida e resistente. Alegria nos downhills e trilhas esburacadas e alívio para ciclista que sente dor nas costas e ombros. Mas você paga o preço em grana, peso, complexidade e manutenção. Várias suspensões traseiras possibilitam controle de rigidez, você pode ajustá-la travada, semitravada ou solta.
4-Câmbio
Pode ter 18, 21, 24 ou 27 marchas. Quanto mais investir aqui, melhor, pois problemas com troca de marcha são frustrantes. Procure um câmbio que tenha uma troca precisa e agüente pauleira. Por ser de partes móveis, não lacradas, em exposição ao barro e à água, exige manutenção constante.
5-Transmissão
É formada pela corrente, catracas, cassete, movimento central e pedivela, e responsável por transferir a força de suas pernas para as rodas. Requer limpeza e ajustes regulares.
6-Pneu
Escolher o pneu certo pode ser a diferença entre curvas feitas com segurança e joelhos esfolados. Pneus mais largos, com cravos maiores, te deixam mais colado no chão, mas mais lento. Tente achar um meiotermo entre velocidade e tração baseando-se no tipo de trilha em que costuma pedalar e no seu estilo (mais ou menos agressivo).
7-Pedal
Os iniciantes podem começar com pedais de plataforma, mas para uma maior eficiência de pedalada é preciso um pedal de clipe, que prende sua sapatilha e permite que você use todos os músculos da perna para girar a pedivela. Isso ajuda muito em subidas inclementes e em tiros.
8-Suspensão dianteira

Ela está lá em todos os bons modelos de MTB. Usa elastômero (borracha que se comprime e volta à forma original), molas ou ar comprimido. Algumas podem ser travadas (ficando rígidas) para facilitar o pedal em subidas ou asfalto. A trava fica na própria suspensão ou no guidão (trava remota, prática e segura). As suspensões têm cursos que variam de 80 a 120 mm (cetegoria cross-country). O maior não é necessariamente o melhor. Considere onde e como você pedala e compre a suspensão certa para esta condição.

A difícil escolha: Dentro de uma mesma faixa de preço, as bikes em geral oferecem componentes similares, por isso não pire comparando cada um deles. Leve mais em consideração como se sente em cima da bike — algo altamente subjetivo, que depende do ajuste ergonômico, da flexibilidade e do material do quadro. Geralmente, quanto mais caro o quadro, mais ele foi manipulado pelo fabricante para obter máxima leveza e resistência. Com tantas geometrias diferentes, a única maneira de avaliar uma mountain bike é pedalar nela antes de comprar.

Ajuste fino: Uma bicicleta perfeitamente ajustada pode melhorar em 20% ou mais a sua performance, evitando lesões e desperdício de energia. Para saber as medidas exatas para sua bike, procure um especialista em bikefit.

Como escolher sua bike de estrada

1-Tubo superior

A inclinação do tubo superior varia de bike para bike. Quanto mais inclinado, mais confortável (mas menos aerodinâmico) é o quadro. Numa bike com um ângulo 73, por exemplo, o atleta vai bem relaxado, com o corpo mais ereto; já numa com 77 graus, ele pedala com o tronco extremamente na horizontal mas com conforto comprometido.

2-Quadro
Os quadros podem ser de alumínio, carbono ou titânio. A vantagem do alumínio é o preço, a rigidez e o peso. Porém, ele não absorve bem eventuais impactos. Não faz feio nos treinos, mas deixa a desejar nas competições. O titânio é leve e durável, mas bastante caro. Já o carbono tem uma ótima relação força/peso e é bonitão. Desvantagem: pode ser instável em velocidades altas e é caro.

3-Clipe
Apoio para os braços que deixam o ciclista em posição aerodinâmica, comum entre triatleta e ciclista de contra-relógio.

4-Roda
Há rodas de ferro, alumínio e carbono. As duas primeiras são mais pesadas: embalam bem, mas apresentam dificuldade na retomada. Com as rodas leves, a retomada depois das curvas é mais rápida. Muitos modelos de bike vêm com um par de rodas menos técnicas, para baratear o custo final da bike. Se esse for o caso do modelo escolhido por você, o ideal é comprar outro par de rodas caso pretenda competir. Rodas “fechadas”, mais usadas em provas de triathlon, contra-relógio e indoor, são mais aerodinâmicas, mas são também mais difíceis de controlar e exigem bastante técnica do ciclista.

Carbono: O tão desejado carbono, usado em tantos artigos esportivos, é como um tecido. Dependendo da trama e do fio que o compõem, pode ser mais resistente ou mais leve — taí um dos motivos da diferença de preço entre as bikes de carbono. Veja em seu caso as vantagens e desvantagens de ter um equipamento de carbono.

Aerodinâmica: Muitos detalhes das bikes de estrada são desenvolvidos pensando na aerodinâmica. Mas o quanto isso é importante para você, e o objetivo que pretende atingir?

Avalie se você vai pedalar em pelotão ou sozinho, botando a cara contra o vento. Se for sozinho, precisará de toda a ajuda aerodinâmica que sua bike puder lhe oferecer. Considere também a velocidade média em que costuma pedalar. Se for abaixo dos 40 km/h, pequenas diferenças de angulação não serão determinantes na performance.

Rigidez: As bicicletas de estrada têm de ser rígidas para perder menos energia nas torções que sofrem quando são pedaladas — é só imaginar um velocista do Tour de France pedalando em pé num sprint final para entender do que estamos falando. Porém, um grau mínimo de flexibilidade dá um certo conforto, amortecendo as imperfeições do chão.

Ao contrário das mountain bikes, bicicletas de estrada podem durar para sempre. O que significa que você provavelmente vai ter vontade de comprar uma bike melhor antes de realmente precisar trocá-la — então compre logo a melhor bike que pode bancar. Considere seu orçamento e suas necessidades de performance em termos de componentes. As bikes costumam ser oferecidas com diferentes níveis de componentes, que provocam mudanças drásticas nos preços. Lembre-se: dar um upgrade na magrela peça a peça vai custar mais do que comprar um conjunto melhor logo de cara. Teste o desempenho da magrela que pretende comprar.

Emprego dos sonhos

Aos 26 anos, e um forte curriculum esportivo, Dani Monteiro, apresentadora do programa Caminhos da Aventura, que é exibido da Rede Globo e no canal por assinatura SporTV, tem um trabalho dos sonhos de muita gente.

O programa mostra viagens e esportes radicais gravados em diversos cantos do mundo, que exploram as habilidades da apresentadora. Dani já praticou kitesurf no Taiti, mergulhou com tubarões na África do Sul, desceu de rapel de cima de um helicóptero nas montanhas do Chile, e por aí vai. Viaja pelo menos dez dias por mês.

"A profissão me possibilita conhecer diversos lugares, pessoas e esportes completamente diferentes. Como sou uma esportista aficionada, acho que é ideal para mim", diz Dani, que agora se dedica de corpo e alma ao pára-quedismo. Momento da virada: Dani era windsurfista com inumeros títulos, até quatro anos atrás. Um dia, depois de dar uma entrevista para um canal de televisão, foi chamada para um teste. A partir daí, deixou o windsurf para trabalhar como apresentadora. Como ela mesma diz, agora, consegue praticar todos os esportes e não apenas um. Tempo de dedicação: quando está em viagem, gravando, o trabalho é sem parar.

O lado ruim é não ter finais de semana, feriado e nem hora do cafezinho. Dependendo da viagem, o dia começa às 5 da manhã e termina à meia-noite. A vida de quem viaja por profissão não é mansa como parece e, é preciso enfrentar horas e horas em aeroportos, carregar bagagens, equipamentos pesados aqui e ali, além de nem sempre conseguir dormir bem e estar bem disposto a toda hora. "Às vezes, não dormimos a noite toda no avião porque há crianças chorando e precisamos gravar logo na seqüência do desembarque." Um repórter, em início de carreira, ganha por volta de 1.000 reais. Já os salários dos apresentadores de televisão variam de acordo com o tempo de casa, da emissora e dos patrocinadores do programa.

27 de abr. de 2009

Lodi

Aqui nasce o "Velho Chico"

Imagine em conjunto tudo o que a natureza tem de mais encantador: o céu de um azul puríssimo, montanhas coroadas de rochas, cachoeiras majestosas, águas de uma limpidez sem par, o verde cintilante das folhagens e, finalmente, as matas virgens, que exibem todos os tipos de vegetação tropical. Dali, pode-se descortinar a mais vasta extensão de terras que os meus olhos já viram desde que nasci. Num lado, a serra limita o horizonte, mas em todo o resto unicamente a fraqueza dos meus olhos restringia o meu campo de visão. Foram as palavras utilizadas pelo naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que no começo do século 19 visitou a serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais. Ainda hoje, dois séculos depois, a descrição histórica continua sendo um retrato fiel da paisagem bem preservada dessa região de mais de 200 mil hectares (do tamanho de Luxemburgo) que abrange as cidades de São Roque de Minas, Vargem Bonita, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória e Capitólio, e que é perfeita para se aventurar.

O Parque Criado em 1972, para proteger a nascente do Rio São Francisco e a fauna e flora do Cerrado, ameaçados de extinção. Sacramento é a terceira portaria do parque que está localizado a 70 km de sua área urbana. No percurso até o Parque foi elaborado o ROTEIRO CAMINHOS DA CANASTRA, com Cachoeiras, Povoados, Fazendas Históricas, todos Sinalizados facilitando o acesso e tornando o passeio mais prazeroso.

Pouco explorada e misteriosa, a região da serra da Canastra guarda uma das mais deslumbrantes e desconhecidas paisagens do Brasil. Durante muito tempo, aquelas plagas mantiveram-se isoladas por precárias estradas de terra e só há poucos anos entraram nos roteiros de viagem como lugar privilegiado para a prática de esportes - em maio a região foi palco da 2ª etapa do Circuito Brasil Wild de corrida de aventura -, vivência ambiental e turismo ecológico. Fica na região do cerrado mineiro, mas apresenta uma vegetação bem variada que inclui campos rupestres e florestas. São mais de 6.000 espécies vegetais, 800 espécies de aves e quase 200 de mamíferos.

Espécie de berçário de rios situado bem no divisor de duas bacias hidrográficas, a do rio Paraná e a do rio São Francisco, a serra da Canastra é um parque de diversões para quem adora atividades outdoor. É perfeita para trekking e mountain bike e tem bons trechos de corredeiras para rafting e canoagem, mas esses esportes ainda são pouco explorados por lá. As cavalgadas combinam perfeitamente com o clima da região. O rapel e a escalada são proibidos na área do parque nacional, o lugar mais visitado da serra, mas as propriedades do entorno estão repletas de cachoeiras com até 300 metros de altura e algumas vias abertas.

Uma estrada corta todo o parque e vias secundárias dão acesso de carro a algumas das principais atrações, como o cânion do rio São Francisco e a parte alta da cachoeira Casca D'Anta, com impressionantes 186 metros de altura, a primeira queda do "Velho Chico". O nome vem da árvore Casca D'Anta, que tem propriedades medicinais cicatrizantes. Segundo os pesquisadores, a anta se esfrega no tronco da árvore para curar ferimentos superficiais, daí a inspiração.

É interessante fazer a travessia do parque na direção Sacramento-São Roque de Minas, pois a viagem terminará no fim da tarde, exatamente na hora em que é possível observar os animais silvestres. Os pássaros são fáceis de avistar. Os veados- campeiros também. Eles ficam sempre perto da entrada para a cachoeira do Rolinho, nos campos ao lado da estrada. Os tamanduás e os lobos-guará são mais difíceis - é preciso uma certa dose de paciência para diferenciá-los no meio da vegetação do cerrado, mas é provável que sejam encontrados ao longo da estrada que leva até a Casca D'Anta (parte alta). Mas, se você não quiser muito esforço, o mais certo é ficar esperando na portaria de São Roque, por volta das 19 horas, quando alguns lobos-guará vêm atrás de comida.

O horário de visitação do parque é das 8 h às 18 h e paga-se uma taxa de 3 reais para entrar. Existem quatro portarias, a principal é a de São Roque que chega à parte alta do parque, onde fica a nascente do São Francisco, a cachoeira do Rolinho (300 metros) e as primeiras quedas d'água da Casca D'anta, cartão-postal da Canastra. A entrada para a parte baixa fica na cidade de Vargem Bonita. Existe uma trilha que liga a parte alta à parte baixa da cachoeira. A entrada via São João Batista é pouco freqüentada, mas vale a pena visitar a cidade, pois ela esconde cachoeiras encantadoras. A entrada por Sacramento é mais utilizada por aqueles que vêm de Delfinópolis e pretendem fazer a travessia do parque de carro. São 95 quilômetros de estrada de terra que atravessam o parque de Sacramento até São Roque de Minas. Fique esperto, pois não existe restaurante ou lanchonete dentro da área do parque.

De abril a outubro é a melhor época para ir à serra. O céu é sempre azul e há pouca possibilidade de chuva. No verão chove praticamente todas as tardes. É aconselhável se informar quanto à condição das estradas e contratar um guia local. A gastronomia mineira é um capítulo à parte, um festival de sabores para os corpos castigados pelas andanças. Se você prefere sossego, evite os feriados, pois o parque costuma ficar cheio. Caso não tenha outra chance a não ser nos feriados, a melhor opção é conhecer os atrativos fora da área do parque, que não deixam nada a dever.

BIKE
Existem muitas trilhas e estradas que cortam o parque. Antes de se aventurar, tenha certeza do caminho que vai fazer ou procure um ciclista local. O "professor" Marcos Silveira é o canal para quem quiser fazer as melhores pedaladas pela região. São mais de 15 anos de pedal pelas trilhas locais. Antes de ingressar no mundo das duas rodas ele foi professor de história e geografia e, por isso, conhece bem mais que só os caminhos da Canastra. Silveira tem um bom faro para previsão do tempo e aponta nomes de plantas e suas aplicações medicinais com exatidão. A Multibike, agência de Marcos, organiza pedaladas de até vários dias e pode dar ótimas dicas para quem quiser pedalar por conta.

PASSEIO
A maior e mais conhecida gruta da Canastra, a gruta do Tesouro, fica numa fazenda a 18 quilômetros de São Roque de Minas, próximo ao distrito de Sobradinho. Tem belas formações de estalactites e estalagmites, rio subterrâneo e uma pequena cachoeira. São quase duas horas de visita, com trechos difíceis onde é preciso rastejar ou ficar com água até a altura do peito. As visitas são monitoradas pela própria família do proprietário, Sr. Miguel, que aluga até lanternas. É recomendável estar acompanhado também de um guia local contratado em São Roque de Minas.

CASCADING
Na cachoeira do Cerradão Uma queda de 125 metros, com os primeiros 40 metros em positivo, seguido por um negativo de 65 metros e depois em positivo bem escorregadio e com água até o fim. Os praticantes já devem ter experiência em técnicas verticais e é preciso fazer um fracionamento de corda no meio da descida. Não existem trilhas para retornar ao topo. O resgate é feito por carro.
Na cachoeira do Nego Ideal para quem não tem muita experiência. A cachoeira tem 45 metros e uma trilha fácil e curta de retorno ao topo.
No desfiladeiro dos Fernandes Durante o inverno a cachoeira fica seca e é boa para iniciante; no verão fica com muita água e requer mais experiência. Tem 40 metros de altura e uma trilha com dificuldade média para retorno ao topo. Atenção: mesmo se as chuvas estiverem distantes, não se deve entrar no desfiladeiro, pois a água aumenta de uma vez, sem aviso, e o risco de acidente é grande.
Na cachoeira do Fundão Com 60 metros de altura, é quase toda negativa, tirando os 7 metros iniciais. A saída é muito difícil e é preciso utilizar técnicas específicas que deverão ser treinadas antes da descida. A trilha de retorno ao topo é de dificuldade média e é preciso saber nadar.

Pushing limits

Chris Sharma, 24 anos, que encadernou, em 2001, a via mais difícil do mundo, 5.15 de escalada (equivalente a um 12A na graduação brasileira), acaba de resolver outro quebra-cabeça do boulder ao cruzar o teto de uma caverna em Ozarks, no Arkansas, Estados Unidos. Enquanto na escalada vertical os atletas precisam de toda resistência para puxar-se para cima em rochas de até 100 metros de altura, os adeptos do boulder usam explosões de força dignas de Hércules para lidar com agarras minúsculas e difíceis, ao longo de pequenos trechos de rocha.

Para desvendar o "Witness The Fitness" - "Testemunhe a força", como foi batizada a rota -, Sharma se pendurou no teto, paralelo ao chão, segurando-se com três dedos em fendas rasas e com o dedão em uma protuberância do tamanho de um amendoim. O teto, com 12 metros de extensão, é de arenito, repleto de fungos e cogumelos, e considerado uma das linhas de escalada mais difíceis do mundo. "Foi uma das coisas mais impressionantes que já vi", conta Josh Lowell, da Big Up Productions, que filmou o feito no dia 13 de março.

Sharma recusa-se a dar uma graduação para sua conquista - ele nunca dá -, mas diz que foi a mais difícil que ele já fez, o que sugere um V15 - o novo limite para o boulder.

O RAIO-X DO MEDO

O PSIQUIATRA ANDRÉ SOUZA REGO, DO INSTITUTO DE PESQUISAS SISTÊMICAS E DESENVOLVIMENTO DE REDES SOCIAIS (NOOS), DO RIO DE JANEIRO, EXPLICA COMO FUNCIONA O MEDO, SUA FUNÇÃO E O QUE ACONTECE QUANDO SE TEM MEDO DEMAIS (OU DE MENOS)

O QUE O MEDO SIGNIFICA, NA PRÁTICA, PARA O CORPO?
Vivemos esse processo do medo em diversos momentos do dia, como quando precisamos frear bruscamente o carro. Somos inundados por adrenalina, um hormônio que ativa o sistema nervoso simpático, aquele responsável por nos fazer agir e reagir quando preciso. Ele acelera os batimentos cardíacos, aumenta a pressão arterial e a concentração de açúcar no sangue, e ativa o metabolismo geral do corpo. Tudo isso acontece sem que tenhamos controle. Em situações de medo, o corpo fica pronto para reagir, portanto outras funções, como o sono, a fome, a atenção e a libido ficam de lado.

A FUNÇÃO DO MEDO É BASICAMENTE NOS PROTEGER?
Mais do que isso. Somos seres que respondem ao meio ambiente. Nossas respostas possuem apenas duas dimensões, a raiva e o medo. Funciona como um gráfico, sendo a raiva (ou a gana, vontade de viver, energia) a linha vertical e o medo (ou prudência, vontade de sobreviver e se preservar). Pessoas com falta de raiva ou energia estão apáticas. Com excesso, estão irascíveis, provavelmente em estado de euforia ou mania. Já pânico é o medo exacerbado. E medo de menos é distração, que pode significar distúrbio de atenção, por exemplo. Combinações desses desequilíbrios representam todas as manifestações de doenças psiquiátricas. A saúde mental está justamente na capacidade de ter reações flexíveis. Medo quando é preciso, energia quando possível.

É PRECISO TER UM POUCO DE MEDO ENTÃO?
Exato. Veja um exemplo: você decide ir ao jogo do seu time no Maracanã, vestido com a camisa e levando uma bandeira. No entanto, ao sair na rua, vê uma multidão do time adversário bem em frente a sua porta. O excesso de medo poderia fazer com que ficasse trancado no banheiro, paralisado, coração acelerado. É pânico, e faria você perder o jogo. Já medo de menos faria com que você saísse à rua. Igualmente, não chegaria ao jogo, já que a torcida não está nem aí se você está enfrentando ou apenas distraído. A euforia é assim: falta de medo com excesso de energia. O ideal é voltar pra casa, colocar uma camiseta neutra e levar a do time em uma sacola, ligar para o amigo que está vindo encontrar, chamar um táxi. Não seria a reação mais prudente? Tem um pouco de medo nela.

MAS O QUE LEVA O PAVOR A TOMAR CONTA ÀS VEZES?
Nosso corpo funciona como uma máquina, e uma máquina sobrecarregada pifa em algum momento. Quando a demanda de reação de fuga ou luta está muito alta em nosso corpo, ou seja, quando enfrentamos muitas situações que ameaçam nossa integridade física ou identidade existencial, corremos o risco de alguns neurotransmissores "travarem". Aí a pessoa passa a ter reações sem relação de causa e efeito e pode reagir como se tivesse uma arma apontada para a cabeça, suando e com taquicardia, embora não esteja em perigo real. O inverso poderia ocorrer também, e a pessoa ficar deprimida. Esse tipo de coisa tende a acontecer cada vez mais, já que nossas rotinas modernas levam a essa exaustão. Trânsito, violência, excesso de trabalho, internet, celular...

E AS FOBIAS?
Fobias são medos específicos. Devem ser tratadas, assim como o pânico (que é a reação de medo generalizada) e o estresse pós-traumático (que apresenta os mesmos sintomas, mas tem uma causa pontual, como um assalto ou acidente). No entanto, é importante entender que o medo salvou a nossa espécie. Por exemplo: se eu, homem das cavernas, comesse uma planta venenosa, teria o reflexo do vômito na hora. Por fobia, sentiria a mesma vontade quando visse a planta de novo. Isso não protegeria só a mim de um envenenamento, mas também a você. Eu não teria linguagem para explicar que a planta é venenosa, mas, ao ver minha reação, você entenderia que coisa boa não é. Dizem que as mulheres têm mais fobias de barata, aranha e outros animais peçonhentos porque esses já foram grandes perigos para a saúde de sua família.

Texto extraido da revista Go Outside