5 de jun. de 2009

Sistema de Graduação

Na escalada, se usamos expressões do tipo, "fácil", "moderada" ou "difícil", ficaria um tanto vaga, um tanto imprecisa. Para que haja um parâmetro e evolução do próprio esporte, como classificaríamos uma escalada que não é nem moderada, nem difícil? Para ter maior precisão cada via passou a receber um grau, que é dado por comparação com outras vias. Assim foram criados os sistemas. Os mais conhecidos são o francês e o americano.

O sistema brasileiro é constituído, em geral, por três partes, ou seja, para classificarmos uma escalada usamos três codificações, como por exemplo: 5° VIsup A1.

A primeira é o grau geral da via, que está presente na maior parte da escalada e leva em conta também o tamanho da via, a distância entre os grampos e outros fatores. Vai do 3° grau (fácil) até o 12° grau (extremamente difícil). Neste exemplo citado, temos uma via de quinto grau.

A segunda parte define o grau do lance chave da via, também conhecido como "crux". Pode aparecer também a abreviação 'sup' (de superior) ou uma letra. Até o sexto grau é utilizado um 'sup' para definir que este lance tem uma dificuldade superior ao grau citado porém ainda inferior ao seguinte. A partir do sétimo, para aumentar a precisão, são utilizadas as letras minúsculas 'a', 'b' e 'c'. No exemplo a via é de quinto grau com lance de sexto sup.

A terceira parte expressa a dificuldade de passagens artificiais da via, que só aparecerão se existirem; grau que varia de A0 até A5 e leva em consideração as proteções, o tipo de rocha, a inclinação da parede e, principalmente, o potencial de queda. Essa classificação é utilizada em todo o Brasil, porém se voce for escalar em outros países, existe uma tabela de equivalência, conforme segue:

A graduação de via é normalmente dada por escaladores experientes, que fecham a via "on-sight", ou seja, guiando em livre, sem conhecimento prévio da via, para que possam dar um parâmetro em comparação com outras vias, já escaladas de graduação semelhante. Além disso, deve-se levar em consideração o estilo de escalada, técnica, rocha, entre outros. Existem vias que podem sofrer alteração de graduação, com perda de algumas agarras que se soltam, podendo subir, ou abaixar seu grau.
Uma das vantagens do sistema brasileiro é a menção do grau geral e do crux da via em separado, ao contrário do que acontece em sistemas como o americano e o francês, que tomam como grau de uma escalada apenas o grau do seu lance mais difícil.
O sistema aqui proposto procura manter esta e outras qualidades deste sistema e ao mesmo tempo acrescentar algumas inovações que o tornem mais atual e eficiente.
Para medir o grau de exposição utilizamos a letra "E", que vai de E1 a E5, que mede o grau de proteção da via; uma via E1 é bem protegida, a exemplo de vias na falésia do anhangava e E5, vias altamente perigosas, como algumas em Salinas - RJ. O fator de exposição é opcional no grau da via, pode-se colocar como omitir. Normalmente, em passadas fáceis, diminui-se as proteções, que se concentram em lances chaves.
Outro grau medido é o de duração da escalada, representado pela letra "D", de 1 a 7, sendo D1, vias de poucas horas a 7, que abrangem expedições dom vários dias de escalada.
Por padrão, utiliza-se em vias de falésias ou esportivas curtas, somente o grau geral da via, e nos boulders, a classificação é feita pela letra "V", sendo o V0 (V-zero) o boulder mais fácil, equivalendo a um sexto sup e V-15 o mais difícil.
Os clubes e escaladores tentam ao máximo uma padronização desta modalidade de graduação, que em termos técnicos, atende as necessidades dos escaladores.

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