27 de nov. de 2008

Direção e Azimute

Finalidade

As distâncias e as direções são empregadas para locar pontos ou objetos sobre o terreno ou sobre uma carta em relação a pontos conhecidos. A distância é medida a passo ou estimada, conforme o grau de precisão desejado. Para finalidades militares, a direção é expressa, sempre, por um ângulo formado com uma direção base fixa, ou facilmente determinável.

Unidade de Medida Angular

O valor de um ângulo é expresso em grau ou milésimos.

Direção Base

A direção entre dois pontos é expressa por um ângulo do qual um dos lados é uma direção base. Existem três direções base, a saber: As do Norte Verdadeiro ou Geográfico; Norte Magnético e Norte da Quadrícula representados respectivamente por NG, NM e NQ.

  1. Direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico (NG)
    A direção do norte verdadeiro ou geográfico é empregada em levantamentos, quando se deseja grande precisão. Os meridianos de uma carta, representam as direções do norte e do sul verdadeiros.
  2. Direção do Norte Magnético (NM)
    A direção do norte magnético é indicada pela ponta "N" da agulha da bússola, veja matéria sobre bússola.
  3. Direção do Norte de Quadrícula (NQ)
    O norte de quadrícula é indicado pelas verticais das quadrículas, geralmente feitas nas cartas topográficas.

Diagramas de Orientação

As cartas topográficas têm um diagrama de orientação impresso na margem. Tal diagrama contém três direções indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e o norte da quadrícula. Os ângulos entre essas direções são traçados com precisão e podem ser utilizados para trabalhos gráficos na carta. Pelos motivos dados a seguir os diagramas de orientação devem ser verificados, pela medida, antes de utilizados para esse fim; em certas cartas, em que a declinação ou a convergência são muito pequenas, o diagrama tem tamanho exagerado. Nas cartas do Serviço Geográfico do Exército, os ângulos de declinação e convergência são referidos em graus; portanto, é de toda conveniência, ao trabalho com milésimos, fazer a transformação do valor destes ângulos e anotar no diagrama.

Declinação Magnética e Convergência de Meridianos

  1. Declinação Magnética
    1. Generalidades
    2. Os ângulos formados pelas direções do norte verdadeiro com as do norte magnético e norte da quadrícula são chamados respectivamente declinação magnética e convergência de meridianos.
    3. Declinação Magnética
    4. é o ângulo formado pelas direções norte verdadeiro e no
      rte magnético. Nos locais onde a ponta da agulha da bússola estiver a leste do norte verdadeiro, a declinação magnética será leste. Onde a ponta da agulha estiver a oeste do norte verdadeiro e o magnético coincidirem, a declinação será zero. A declinação magnética, em qualquer localidade, está sujeita a uma variação cujo valor é dado em tabelas, como as do Anuário do Observatório Nacional. Essa variação é normalmente dada com o respectivo sentido para evitar confusão, veja matéria sobre bússola que está pendurada no link Dicas.
  1. Convergência de Meridianos

    Convergência de Meridianos ou simplesmente convergência, é a diferença, em direção, entre o norte verdadeiro e o norte da quadrícula. Ela é variável para cada carta. Na realidade, ela varia nos diferentes pontos de uma carta qualquer.

Ângulo QM

A carta topográfica tem um diagrama que contém as três direções indicando o Norte Verdadeiro (NV), o norte Magnético (NM) e o Norte da Quadrícula (NQ), ou seja, as direções base.
O ângulo entre as direções do NQ e NM é chamadoângulo QM.
Vamos supor que a carta de 30' no ano em que a carta foi confeccionada fosse de 1975, e sabendo que a declinação magnética cresce 3' anualmente, é possível calcular a declinação atual (2001) dessa região :
Cálculos: 2001 - 1975 = 26 anos ; 26 x 3' = 78' = 1º 18'
declinação atual = 16º 30' + 1º 18' = 17º 48'

Azimutes

São ângulos horizontais no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir do Norte Magnético, do Norte Verdadeiro e do Norte de Quadrícula.

Na ilustração você poderá visualizar melhor uma carta topográfica, basta você saber se ela representa um fragmento de carta topográfica ao lado de uma representação em perspectiva da região representada na carta:

Para facilitar a compreensão da ilustração, colocamos uma trilha em nosso pedaço de mapa. Ela é representada pela linha tracejada e está também na perspectiva. Descrevemos como seria caminhar por essa trilha usando palavras do jargão topográfico. Considere que a diferença de altura entre os pontos de cada linha é de 20m.
Nossa trilha inicia subindo 320m por uma crista (espigão, cumeeira, ou divisor de águas), segue em nível desviando para a esquerda, desce 40m, continua em nível desviando mais ainda para a esquerda e então sobe 240m até o pico.
Quanto mais próximas estiverem as curvas de nível uma das outras, maior será a inclinação do terreno e vice-versa. Para saber se várias curvas mais ou menos concêntricas representam um pico ou uma cratera, basta observar as indicações de altitude espalhadas pelo mapa. Além disso, os picos costumam ser sinalizados com uma "cruzinha", e as crateras não são coisas muito comuns.

Diferenciando as Linhas de uma Carta

Para diferenciar cumeeiras de fundos de vales, além das indicações de altitude há também linhas finas e contínuas que cortam as curvas de nível e representam riachos que estão, obviamente, no fundo dos vales.
As linhas retas que cortam o mapa na horizontal e na vertical chamam-se quadrículas e serão a referência para posicionar o mapa com a bússola, como veremos adiante. As linhas de quadrícula verticais apontam o norte acima, de onde se deduz que o sul fica abaixo, e que as quadrículas horizontais tem o leste à direita e, portanto, o oeste à esquerda. Na verdade, as linhas tem um pequeno desvio dessas direções causado pelo fato de representarem num plano uma superfície que é esférica, mas é um desvio de menos de três graus, insignificante num trajeto pequeno. Para posicionar o mapa corretamente basta colocá-lo no chão plano com a bússola em cima.

Entendendo a Escala

Depois de descontada a declinação magnética é só girar o mapa embaixo da bússola até que as linhas de quadrícula verticais alinhem-se com a linha do norte na caixa da bússola.
Nas convenções das cartas topográficas, duas das informações mais importantes são a eqüidistância das curvas de nível e a escala. Os mapas topográficos mais utilizados em montanhismo são os do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em escala 1:50.000 e eqüidistância das curvas 20m.
A eqüidistância das curvas é simplesmente a distância vertical entre elas, ou seja, isso significa que nos mapas 1:50.000, onde esta medida é 20m, temos que cruzar 5 curvas para subir ou descer 100m e assim por diante.
A escala é a relação entre o tamanho do mapa e o tamanho real da área representada. No caso das cartas 1:50.000, cada km do terreno real é representado por 2 cm no papel. Ter esta noção é fundamental para a navegação e para encontrar no terreno real o relevo representado no papel e vice-versa.

  • Um bom meio para deduzir, por exemplo, se determinado ponto de uma crista vai ou não aparecer no mapa, é calcular mentalmente seu tamanho e lembrar que, na escala 1:50.000, 1 mm representa 50m de terreno real, ou seja, um ponto marcado a lápis no mapa pode estar cobrindo uma área real de 25m de raio.
  • O melhor jeito de aprender a lidar com bússola e mapas é treinar em locais que você já conheça, até saber utilizar corretamente esses materiais. Quando os resultados de suas navegações estiverem sempre dando certo, aí sim, você estará apto a confiar nesses instrumentos para sua orientação nas matas e montanhas.
  • Todo mapa traz um espaço onde estão as convenções, que são as informações sobre os sinais e cores usados para representar estradas de asfalto ou terra, trilhas, linhas de trens ou de transmissão de energia, entre outros.

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