Como não poderia deixar de ser, uma parte da história do Parque Nacional da Serra dos Órgãos está envolta em mistério
Os mais antigos, incluindo os ex-guardas florestais e alguns mateiros conhecedores da região, se convidados a servirem como guias rumo à Pedra do Sino, lhe dirão que não têm interesse em seguir em direção à tal pedra. Talvez um ou outro aceite ir mediante uma condição: a de não permanecer à noite nos campos de altitude, mais precisamente na Clareira do Quatro.
O sono noturno dos aventureiros, ocasionalmente pode ser perturbado pela visita inesperada de um cavalo invisível, que galopando apressadamente dá a nítida impressão que irá passar por cima de tudo e de todos. Em seguida, lança um fortíssimo relinchar de arrepiar até os mais incrédulos, acompanhado do reinício da sua cavalgada, a qual se distancia lentamente.
O que torna o fenômeno ainda mais inexplicável é o fato de o acesso à região ser impossível a um animal de tal envergadura.
No entanto, várias pessoas já puderam presenciar esse fato, sem contudo acharem uma explicação convincente.
Certa vez, dirigindo-me ao Sino com mais três amigos e sem conhecer essa história, chegamos ao Abrigo Quatro por volta das duas horas da manhã sob um intenso nevoeiro. Rapidamente montamos um abrigo provisório, só estendendo um plástico sob e sobre os sacos de dormir e fomos nos deitar. Porém, para nosso espanto, logo a seguir ouvimos um som seco ecoando rente ao chão e em nossa direção. Instintivamente levantamos com receio de sermos atropelados.
A única coisa de concreto que pudemos constatar foi o som do trote de um animal seguido do seu forte relinchar.
Naquele dia não havia nada e ninguém no local além de nós. A trilha de acesso ao Sino estava extremamente ruim, dificultando até mesmo a nossa chegada até lá.
De volta à civilização, tamanha foi a minha surpresa ao comentar o que acontecera com alguns guardas, estes, de sobressalto, revelaram um antigo conhecimento do fato.
Seja como for, os encantos naturais da Serra dos Órgãos (incluindo a Pedra do Sino) valem a pena ser conhecidos, e um pernoite no Abrigo Quatro lhe dará a rara oportunidade de contemplar em noites limpas um céu maravilhosamente ornamentado por milhares de estrelas reluzentes. O ar puro e o forte cheiro de mato o fará sentir parte integrante dessa natureza.
26 de nov. de 2008
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Um comentário:
Muito interessante esta hitoria. tenho amigos que confirmam o fato.
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